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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Já é 2013 em muitos lugares do mundo!

Enquanto estamos nos preparando pro Réveillon aqui no Brasil, do outro lado do mundo já é um novo ano! Olha só esse texto extraído do Jornal do Brasil:


Fogos em Hong Kong no
Porto de Victoria Harbor 
Com a diferença de fusos horários e manobras de países para que se tornem os primeiros a receberem o novo ano, muitas nações já estão em festa de virada do ano. A cidade de Auckland, na Nova Zelândia, foi uma das primeiras grandes cidades a celebrarem o Réveillon. Com cerca de cinco minutos de queima de fogos, o ano de 2013 chegou ao país por volta das 9h de Brasília.

Em Sidney, a queima de fogos aconteceu
numa das maiores pontes do mundo.
Também é ano novo em Sydney, na Austrália, onde ocorre um dos Réveillons mais tradicionais do mundo. Como de costume, a Ponte Harbour foi o ponto da celebração da virada do ano na Austrália, que começou às 11h, no horário de Brasília. A ponte possui o  maior arco de aço de ponte do mundo, mas não o mais longo.
Cerca de mil pessoas soltaram balões
brancos para celebrar 2013 em Tóquio
Ainda em Samoa, no Pacífico, os habitantes comemoram o Ano Novo que começou às 8h no horário de Brasília. A China, a Coreia e o Japão também comemoraram a chegada de 2013. Virada aconteceu às 14h, na China pelo horário de Brasília. Além disso, já é 2013 no Japão, na Coreia, no extremo oeste da Rússia e nas ilhas Marshall.
Grandes coisas fez o SENHOR por nós, e, por isso, 

estamos alegres. 


Salmos 126:3





A todos que leram, postaram seus comentários e que decidiram seguir este simples blog, obrigada. Que em 2013, Deus realize os desejos mais profundos do teu coração!



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

NÓS, O PISTOLEIRO, NÃO DEVEMOS TER PIEDADE



Nós estamos numa pequena cidade do Texas, em 1880.
Nós somos um temível pistoleiro.
Nós estamos num bar, Tomamos uísque a pequenos goles.
Nós temos um olhar soturno. Passado terrível. Muitas mortes. Remorsos.
A porta se abre.
Entra um mexicano chamado Alonso. Dirige-se a nós, o pistoleiro, com desrespeito. Chama-nos de gringo, ri alto, faz tilintar as esporas.
Nós continuamos bebendo o uísque a pequenos goles.
O mejicano dá-nos uma bofetada.
Quer morrer, este Alonso.
Nós não queriamos matar mais ninguém.
Abriremos uma exceção para Alonso, cão mejicano.
Combinamos o encontro fatídico para o dia seguinte, ao raiar do sol.
Alonso dá-nos mais uma bofetada e vai-se.
Ficamos pensativo, bebendo o uísque a pequenos goles. Depois atiramos uma moeda de ouro sobre o balcão e saímos.
Caminhamos lentamente, arrastando os pés, até nosso hotel.
A população olha-nos. Sabem que somos um temível pistoleiro, Pobre mexicano, pobre Alonso.
Amanhã. Entramos no hotel, subimos ao quarto, deitamo-nos sem ao menos tirar as botas.
Ficamos a olhar o teto, a fumar, a pensar. Fumamos muito. Pensamos pouco: muitas mortes. Remorsos.
E já é manhã. Levantamo-nos. Colocamos cinturão. Examinamos revolveres. Inspeção de rotina, completada em poucos minutos.
Descemos. A rua está deserta, mas por trás das cortinas corridas adivinhamos a população. O vento sopra, levantando turbilhões de poeira.
Mesmo vento, mesmo oeste. Rotina. Alonso já nos espera. Quer morrer, este mejicano.
Está rindo. É manhã. Amanhã não rirá.
Colocamo-nos frente a ele. Um pistoleiro de olhar soturno, passado terrível, muitas mortes.
Vemos um mejicano.
Pobre diabo.
Comia tortillas, já não comerá.
Tem mulher e cinco filhos pelo que informaram, um pedaço de terra e uma guitarra. A mulher e os filhos enterrarão o cadáver, fecharão a palhoça e seguirão para Vera Cruz, as trouxas de roupa à cabeça.
A mulher ficará tuberculosa.A filha mais velha será prostituta.Um filho ladrão. Outro morrerá. E outro morrerá. E outro morrerá.
Os olhos se nos turvam. Remorsos.
Uma lágrima cai sobre o chão poeirento.
O mejicano já não ri. Aguarda o momento de ser morto.
Já é manhã, mas ainda não o executamos.
Pobre Alonso. A unica exceção. Uma bofetada, outra bofetada.
Ninguém deu duas bofetadas num pistoleiro.
Não comerá mais tortillas. Os dentes podres daquele homem. O olhar aterrorizado. Nosso olhar turvado: novas lágrimas, lágrimas frescas.
Não conseguimos sacar nossos revolveres, como de rotina.
E assim vamos vendo Alonso puxar sua arma, vamos ouvindo o disparo, podemos até imaginar a bala vindo ao nosso coração, sentimos dor intensa, lento tombamos.
Morremos, diante do riso de Alonso, o mexicano.

MOACYR SCLIAR






                     Moacyr Jaime Scliar (Porto Alegre,23 de março de 1937--Porto Alegre,27 de fevereiro de 2011),foi um escritor brasileiro.Formado em medicina trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário,sua vida na literatura consistiu em crônicas,contos,romances,ensaios e literatura infanto-juvenil.Escreveu obras como: O Sertão Vai Virar Mar,O Exército de um Homem Só,Guerra no Bom Fim,O Centauro no Jardim.
           Filho de José e Sara Scliar, Moacyr nasceu no Bom Fim, bairro que concentra a comunidade judaica. Alfabetizado pela mãe, professora primária, a partir de 1943 cursou a Escola de Educação e Cultura, daquela cidade, conhecida como Colégio Iídiche. Transferiu-se, em 1948, para o Nossa Senhora do Rosário,o mesmo que era um colégio católico
          Em 1963, após se formar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como médico, fazendo residência médica. Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Iniciou os trabalhos nessa área em 1969. Em 1970, frequentou curso de pós-graduação em medicina em Israel. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Foi professor da disciplina de medicina e comunidade do curso de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
        Publicou seu primeiro livro, “Histórias de um Médico em Formação”, em 1962.
        Em 1965, casou-se com Judith Vivien Oliven.
        Em 1968, publicou o livro de contos "O Carnaval dos Animais", que o autor considera de fato sua primeira obra.
        Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Iniciou os trabalhos nessa área em 1969.
        Em 1970, frequenta curso de pós-graduação em medicina em Israel, sendo aprovado. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública.
        Seu filho, Roberto, nasce em 1979.
        A convite, tornou-se professor visitante na Brown University (Departament of Portuguese and Brazilian Studies), em 1993, e na Universidade do Texas, em Austin.

        Em 31 de julho de 2003 foi eleito, por 35 dos 36 acadêmicos com direito a voto, para a Academia Brasileira de Letras, na cadeira nº 31, ocupada até março de 2003 por Geraldo França de Lima, tomou posse em 22 de outubro daquele ano, sendo recebido pelo poeta gaúcho Carlos Nejar.
        E infelizmente em 27/02/2011, em Porto Alegre (RS),Scliar morre vítima de falência múltipla de órgãos.

Disponível em: http://mscliar.blogspot.com.br/2011/08/biografia.html



Macacos


                              Desenho animado Macacos Adaptação do Conto Macacos, Clarice Lispector
                                                                  Tirei daqui

Da primeira vez que tivemos em casa um mico foi perto do Ano-Novo. Estávamos sem água e sem empregada, fazia-se fila para carne, o calor rebentara — e foi quando, muda de perplexidade, vi o presente entrar em casa, já comendo banana, já examinando tudo com grande rapidez e um longo rabo. Mais parecia um macacão ainda não crescido, suas potencialidades eram tremendas. Subia pela roupa estendida na corda, de onde dava gritos de marinheiro, e jogava cascas de banana onde caíssem. E eu exausta. Quando me esquecia e entrava distraída na área de serviço, o grande sobressalto: aquele homem alegre ali. Meu menino menor sabia, antes de eu saber, que eu me desfaria do gorila: "E se eu prometer que um dia o macaco vai adoecer e morrer, você deixa ele ficar? e se você soubesse que de qualquer jeito ele um dia vai cair da janela e morrer Iá embaixo?" Meus sentimentos desviavam o olhar. A inconsciência feliz e imunda do macacão-pequeno tornava-me responsável pelo seu destino, já que ele próprio não aceitava culpas. Uma amiga entendeu de que amargura era feita a minha aceitação, de que crimes se alimentava meu ar sonhador, e rudemente me salvou: meninos de morro apareceram numa zoada feliz, levaram o homem que ria, e no desvitalizado Ano-Novo eu pelo menos ganhei uma casa sem macaco.

Um ano depois, acabava eu de ter uma alegria, quando ali em Copacabana vi o agrupamento. Um homem vendia macaquinhos. Pensei nos meninos, nas alegrias que eles me davam de graça, sem nada a ver com as preocupações que também de graça me davam, imaginei uma cadeia de alegria: "Quem receber esta, que a passe a outro", e outro para outro, como o frêmito num rastro de pólvora. E ali mesmo comprei a que se chamaria Lisette.
Quase cabia na mão. Tinha saia, brincos, colar e pulseira de baiana. E um ar de imigrante que ainda desembarca com o traje típico de sua terra. De imigrante também eram os olhos redondos.
Quanto a essa, era mulher em miniatura. Três dias esteve conosco. Era de uma tal delicadeza de ossos. De uma tal extrema doçura. Mais que os olhos, o olhar era arredondado. Cada movimento, e os brincos estremeciam; a saia sempre arrumada, o colar vermelho brilhante. Dormia muito, mas para comer era sóbria e cansada. Seus raros carinhos eram só mordida leve que não deixava marca.
No terceiro dia estávamos na área de serviço admirando Lisette e o modo como ela era nossa. "Um pouco suave demais", pensei com saudade do meu gorila. E de repente foi meu coração respondendo com muita dureza: "Mas isso não é doçura. Isto é morte". A secura da comunicação deixou-me quieta. Depois eu disse aos meninos: "Lisette está morrendo". Olhando-a, percebi então até que ponto de amor já tínhamos ido. Enrolei Lisette num guardanapo, fui com os meninos para o primeiro pronto-socorro, onde o médico não podia atender porque operava de urgência um cachorro. Outro táxi. — Lisette pensa que está passeando, mamãe — outro hospital. Lá deram-lhe oxigênio.
E com o sopro de vida, subitamente revelou-se uma Lisette que desconhecíamos. De olhos muito menos redondos, mais secretos, mais aos risos e na cara prognata e ordinária uma certa altivez irônica; um pouco mais de oxigênio, e deu-lhe uma vontade de falar que ela mal agüentava ser macaca; era, e muito teria a contar. Breve, porém, sucumbia de novo, exausta. Mais oxigênio e dessa vez uma injeção de soro a cuja picada ela reagiu com um tapinha colérico, de pulseira tilintando. O enfermeiro sorriu: "Lisette, meu bem, sossega!"
O diagnóstico: não ia viver, a menos que tivesse oxigênio à mão e, mesmo assim, improvável. "Não se compra macaco na rua", censurou-me ele abanando a cabeça, "às vezes já vem doente". Não, tinha-se que comprar macaca certa, saber da origem, ter pelo menos cinco anos de garantia do amor, saber do que fizera ou não fizera, como se fosse para casar. Resolvi um instante com os meninos. E disse para o enfermeiro: "O senhor está gostando muito de Lisette. Pois se o senhor deixar ela passar uns dias perto do oxigênio, no que ela ficar boa, ela é sua". Mas ele pensava. "Lisette é bonita!", implorei eu. "É linda", concordou ele pensativo. Depois ele suspirou e disse: "Se eu curar Lisette, ela é sua". Fomos embora, de guardanapo vazio.
No dia seguinte telefonaram, e eu avisei aos meninos que Lisette morrera. O menor me perguntou: "Você acha que ela morreu de brincos?" Eu disse que sim. Uma semana depois o mais velho me disse: "Você parece tanto com Lisette!" "Eu também gosto de você", respondi.

Clarice Lispector
Disponível em: http://claricelispector.blogspot.com.br/2008/05/macacos.html                





Tirei daqui
                    Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, mas seus pais imigraram para o Brasil pouco depois. Chegou a Maceió com dois meses de idade, com seus pais e duas irmãs. Em 1924 a família mudou-se para o Recife, e Clarice passou a frequentar o grupo escolar João Barbalho. Aos oito anos, perdeu a mãe. Três anos depois, transferiu-se com seu pai e suas irmãs para o Rio de Janeiro.
                    Em 1939 Clarice Lispector ingressou na faculdade de direito, formando-se em 1943. Trabalhou como redatora para a Agência Nacional e como jornalista no jornal "A Noite". Casou-se em 1943 com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem viveria muitos anos fora do Brasil. O casal teve dois filhos, Pedro e Paulo, este último afilhado do escritor Érico Veríssimo.
                          Seu primeiro romance foi publicado em 1944, "Perto do Coração Selvagem". No ano seguinte a escritora ganhou o Prêmio Graça Aranha, da Academia Brasileira de Letras. Dois anos depois publicou "O Lustre".

                         Em 1954 saiu a primeira edição francesa de "Perto do Coração Selvagem", com capa ilustrada por Henri Matisse. Em 1956, Clarice Lispector escreveu o romance "A Maçã no Escuro" e começou a colaborar com a Revista Senhor, publicando contos.
                       Separada de seu marido, radicou-se no Rio de Janeiro. Em 1960 publicou seu primeiro livro de contos, "Laços de Família", seguido de "A Legião Estrangeira" e de "A Paixão Segundo G. H.", considerado um marco na literatura brasileira.
                        Em 1967 Clarice Lispector feriu-se gravemente num incêndio em sua casa, provocado por um cigarro. Sua carreira literária prosseguiu com os contos infantis de "A Mulher que matou os Peixes", "Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres" e "Felicidade Clandestina".
                          Nos anos 1970 Clarice Lispector ainda publicou "Água Viva", "A Imitação da Rosa", "Via Crucis do Corpo" e "Onde Estivestes de Noite?". Reconhecida pelo público e pela crítica, em 1976 recebeu o prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto de sua obra.
No ano seguinte publicou "A Hora da Estrela", seu ultimo romance, que foi adpatado para o cinema, em 1985.
                         Clarice Lispector morreu de câncer, na véspera de seu aniversário de 57 anos.

Disponível em : http://educacao.uol.com.br/biografias/clarice-lispector.jhtm

Festa




Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o crioulão de roupa limpa remendada, acompanhado de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos com menos de dez anos.
Os três atravessam o salão, cuidadosa mas resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há seis mesas desertas.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O homem pergunta em quanto fica uma cerveja, dois guaranás e dois pãezinhos.
— Duzentos e vinte.
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
— Que tal pão com molho? – sugere o rapaz.
— Como?
— Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gostoso.
O homem olha para os meninos.
— O preço é o mesmo – informa o rapaz.
— Está certo.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando criteriosamente o menino mais velho e o menino mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados naquela mesa.

WANDER PIROLI

Disponível em http://www.cultura.mg.gov.br/files/2011-novembro-especial.pdf





Nasceu em 1931, em Belo Horizonte, MG. Jornalista e escritor, começou na literatura ao inscrever, em 1951, um conto num concurso da prefeitura. Era O Troco. Ganhou o concurso e não parou mais. Publicou seu primeiro livro de contos,  A Mãe e o filho da Mãe, em 1966, pela Imprensa Oficial, um dos marcos de sua carreira. Inciou como ficcionista escrevendo para adultos, no entanto, foi na literatura infanto-juvenil, a partir da publicação de O Menino e o Pinto do Menino (1975), que o seu nome ficaria ainda mais conhecido. A história, uma das mais comoventes do gênero já escritas no País, surgiu em 1972, quando o seu filho Bumba, então no jardim da infância, ganhou um pinto e o levou para casa. Chateado com a inesperada situação, pois viu que o bicho iria morrer. O livro teve até hoje mais de 30 edições. No ano seguinte publicou uma história infantil, Os rios morrem de sede, com o qual ganhou o Prêmio Jabuti de 1977. Estes dois últimos livros forma traduzidos para o búlgaro. Ainda para crianças e adolescentes, publicou Macacos me mordam (1978); Os dois irmãos (em 1980) e Nem pai educa filho (1998). Um fato interessante na sua carreira literária é que embora  tenha estreado na literatura com um livro dirigido ao público adulto, em 1966, só voltaria a escrever para gente grande em 1980, quando lançou A Máquina de Fazer Amor. Cinco anos depois, também no mesmo gênero, saiu Minha Bela Putana, pela Nova Fronteira, do Rio, ao qual se seguiu o volume Os Melhores Contos de Wander Piroli, que foi lançado pela Global, em 1996. Apesar de celebrado por seus pares, amigos como João Antônio, Fernando Sabino, Antonio Torres, Ari Quintella e Roberto Drummond, ele amargou um certo ostracismo nas últimas décadas de vida. Faleceu em 06/06/2006.

Disponível em :http://www.tirodeletra.com.br/biografia/WanderPiroli.htm

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Esperança






Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E
— ó delicioso voo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...


(Mário Mário) 

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

Exercícios - Nova Ortografia

Oi, Turminha!
Mais exercícios para treino.

1 – Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao
previsto no Acordo Ortográfico:

a) aguentar – tranquilidade – delinquente – arguir – averiguemos;
b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquentemente;

c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro;

d) averiguei – inconsequente – bilíngue – linguiça – quinquênio;

e) sequência – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue.

2 – Assinale a opção em que figura uma forma verbal grafada, consoante a
nova ortografia, erroneamente:

a) verbo ter:

tem  detém  contém  mantém  retém

têm  detêm  contêm  mantêm  retêm

b) verbo vir:

vem  advém  convém  intervém  provém

vêm  advêm  convêm  intervêm  provêm

c) verbos ler e crer:

lê  relê  crê descrê

leem  releem  creem  descreem

d) verbos dar e ver:

dê  desdê  vê  revê  provê

deem  desdeem  vêem  revêem  provêm

e) verbos derivados de ter:

abstém  atém  obtém  entretém

abstêm  atêm  obtêm  entretêm

3 – Identifique a alternativa em que um dos vocábulos, segundo o Acordo
Ortográfico, recebeu indevidamente acento gráfico:

a) céu – réu – véu;
b) chapéu – ilhéu – incréu;

c) anéis – fiéis – réis;

d) mói – herói – jóia;

e) anzóis – faróis – lençóis.

4 – As sequências abaixo contêm paroxítonas que, segundo determinada
regra do Acordo Ortográfico, não são acentuadas.

Deduza qual é essa regra e assinale a alternativa a que ela não se aplica:

a) aldeia – baleia – lampreia – sereia;
b) flavonoide – heroico – reumatoide – prosopopeia;

c) apoia – corticoide – jiboia – tipoia;

d) Assembleia – ideia – ateia – boleia;

e) Crimeia – Eneias – Leia – Cleia.

5 – Identifique a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas
de acordo com as novas regras:

a) anti-higiênico – antiinflamatório – antiácido – antioxidante – anti-colonial –
antirradiação – antissocial;

b) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial – antiradiação

– anti-social;

c) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial –

antirradiação – antissocial;
d) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anticolonial –
antirradiação – antissocial;
e) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anti-colonial –
antirradiação – antissocial.


6 – Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando
átonos, aglutinam-se com o segundo elemento do termo composto.

Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, há erro de ortografia:

a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;
b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;

c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;

d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;

e) preposto – procônsul – procriação – prolação.

7 – O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, é facultativo nos
seguintes casos, exceto em:

a) fôrma (significando molde)
b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo);

c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo);

d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo);

e) dêmos (no presente do subjuntivo).

8 – Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas estão
grafadas de acordo com as novas regras:

a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia;

b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região;

c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho;
d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista;
e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem – contra-harmônico.


09 – Todos os termos compostos estão corretamente grafados na opção:
a) ultraconfiança – paraquedas – reestruturar – sub-bibliotecário – super-homem;
b) hiperativo – rerratificar – subsecretário – semi-hipnotizado – manda-chuva;
c) interregional – macroeconmia – pontapé – ressintetizar – sub-horizontal;
d) superagasalhar – arquimilionário – interestadual – passa-tempo – sub-rogar;
e) paraquedístico – panamericano – mini-herói – neo-hebraico – sem-teto.

10 – Deveriam ter sido acentuadas as palavras alistadas na opção:
a) azaleia – estreia – colmeia – geleia – pigmeia;
b) benzoico – dicroico – heroico – Troia – urbanoide;
c) chapeu – coroneis – heroi – ilheu – lençois;
d) alcaloide – reumatoide – tabloide – tifoide – tipoia;
e) apneia – farmacopeia – odisseia – pauliceia – traqueia.

11 – O hífen foi indevidamente empregado em:
a) capim-açu;
b) anajá-mirim;
c) abaré-guaçu;
d) tamanduá-açu;
e) trabalhador-mirim.

12 – Assinale a sequência integralmente correta:
a) sino-japonês – sinorrusso;
b) hispano-árabe – hispano-marroquino;
c) teutoamericano – teutodescendente;
d) anglo-brasileiro – anglo-descendente;
e) angloamericano – anglofalante.

13 – Marque a opção em que uma das formas verbais está incorreta:
a) averíguo – averiguo;
b) averíguas – averiguas;
c) averígua – averigua;
d) averíguamos – averiguamos;
e) averíguam – averiguam.

14 – Marque a opção em que ambos os termos estão incorretamente grafados:
a) coabitar – coerdeiro;
b) coexistência – coindicado;
c) cofundador – codominar;
d) co-ordenar – co-obrigar;
e) corresponsável – cossignatário.

15 – Paramédico é grafado sem hífen, da mesma forma que:
a) parabactéria;
b) parabrisa;
c) parachoque;
d) paralama;
e) paravento.

16 – Para-raios é grafado com hífen, da mesma forma que:
a) para-biologia;
b) para-psicologia;
c) para-linguagem;
d) para-normal;
e) para-chuva.

17 – Uma das palavras está grafada de forma incorreta na opção:
a) pró-ativo – proativo;
b) pró-ótico – proótico;
c) pré-eleição – preeleição;
d) pré-demarcar – predemarcar;
e) pré-eleito – preeleito.

18 – Identifique a alternativa em que há erro de ortografia:
a) predelinear;
b) predestinar;
c) pré-questionar;
d) preexistência;
e) proembrionário

19 – As formas verbais a seguir estão corretamente grafadas, exceto:
a) arguiamos;
b) arguiríamos;
c) arguíssemos;
d) arguímos;
e) arguirmos.

20 – Assinale a opção em que há erro de ortografia:
a) arco e flecha;
b) arco de triunfo;
c) arco de flores;
d) arco da chuva;
e) arco da velha.


Gabarito
1- letra E
2- letra D
3- letra D
4- letra A
5- letra C
6- letra A
7- letra B
8- letra B
– letra A
10 – letra C
11 – letra E
12 – letra B
13 – letra D
14 – letra D
15 – letra A
16 – letra E
17 – letra B
18 – letra C
19 – letra A
20 – letra E




Disponível em http://www.alesc.sc.gov.br/portal/ortografia/exercicioum.php

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

FELIZ NATAL





"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para firmar e fortificar em juízo e justiça, desde agora e para sempre”.
Isaias 9:6




O que é Natal? As pessoas responderão cada uma a sua maneira:

            as crianças dirão que Natal é dia de receber presentes do Papai Noel. Falarão sobre os seus pedidos, seus desejos de consumo.O cara da limpeza urbana, o cara da entrega de jornais, o da entrega da água, o porteiro, a diarista, o sujeito da farmácia, todos pedirão “suas festas”, pois já as consideram deles, e obrigação nossa.
               A balconista do shopping dirá que é um tempo de aflição, pois não parará de trabalhar, não ficará com sua família e outras coisas mais. A socialite dirá que uma época maravilhosa, pois poderá fazer o que mais gosta comprar. Dará um presentinho a todos, e fará caridades doando roupas que não mais precisa, investirá alguns trocados na caridade, pois conta em ser capa de revista.
           A televisão anunciará todos aqueles produtos que você não precisa, mas ela fará com que você acredite-os indispensáveis. A ponto de achar que não haverá Natal sem eles.
               Os bares e motéis estarão lotados. Pior, tem gente que saiu da igreja e foi direto para lá.
          As estradas extremamente perigosas, com gente apressada, além daqueles que bebem e saem guiando seus veículos, homicidas em potencial.
             Os jornais, em edições extraordinárias, trarão as imagens de gente  acotovelando-se nos shoppings que permanecerão abertos durante a madrugada. Gente desorientada que compra sem poder pagar, e que na próxima semana estará lá, novamente, para comprar a roupa branca que trará a paz, a calcinha vermelha que trará um novo amor, as romãs que trarão o dinheiro, o defumador que espantará o mau-olhado, as flores para jogar na água do mar em oferenda a Iemanjá... Ufa, cansei! Parafraseando a personagem Ofélia “Que estresses, Fernandinho!” .
          Irmãos, não nos deixemos participar dessa permissividade destrutiva que nos impõe a mídia.
Gente, será que ninguém percebeu que o dono da festa, Jesus, está fora de tudo isso. E que sem ele não há festa de verdade, aquela em que reina a paz, o amor, a fraternidade...
        Lembro-me de uma música de Natal em que se ouvia: “Jesus nasceu para nos salvar.” Ouviu? Foi para isso que Jesus nasceu, para nos salvar, para que tivéssemos vida em abundância. Ele, somente Ele é o dono da festa.
         Por que tantos acidentes?
         Por que tanta correria?
         Infartos, roubos, mortes por quê?
        Ele nasceu para salvar o mundo e poucos o receberam. Os homens continuam negando o Senhor, não o recebendo, fecham-se em seu egoísmo, os seus corações estão mais fechados do que o seu cartão de crédito, não sentem a verdade: Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
         Percebeu, queridos? Não precisa comprar presente, nós já o recebemos. É Jesus.Natal é Jesus. É tempo de celebrar, de agradecer, de entoar louvores a Deus.
        “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz." Isaias 9:2. Jesus veio para que tivéssemos vida. Analise o trecho abaixo, retirado do evangelho de João.
    “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”João 10:10-11.
      Perceba que durante o Natal, pregado pela mídia, muitos são roubados, mortos, destruídos para a vida eterna. Natal com Jesus é luz, é paz, é louvor, gratidão, pois fomos tão agraciados por Deus; estamos cheios, transbordantes de luz.

Que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus,e a comunhão do Espírito Santo seja com todos agora e sempre. Amém. Glória a Deus.

FELIZ NATAL!!!!!!
Por  Helena caldas






sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ponto final fora ou dentro das aspas

                                                               Tirei daqui                  


Lei de Murphy

Você já ouviu falar da Lei de Murphy? Ela sempre dá as caras. O que tem que dar errado, dá. E daí só existe uma saída: estudar.
Sempre aparece uma dúvida naquela hora de colocar o ponto final fora ou dentro das aspas. Lembre-se dessa regra e não erre.

1. Se o período começar com aspas , o ponto fará parte dele. Vai dentro.

  • "A gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda." disse Luiz Fernando Veríssimo.
2. Se as aspas não iniciarem o período, o ponto deverá ficar do lado de fora.
  • Fernando Pessoa escreveu este verso: " Tudo vale a pena se a alma não é pequena".

Com vistas a ou Com vista a

A expressão fica a gosto do cliente. O dicionário  registra ambas as grafias. Elas significam com o objetivo de , a fim de . A escolha é sua:
Elaborou o contrato com vistas  (ou com vista) à aprovação da diretoria.


A GOSTO ou À GOSTO

A gosto do cliente ou à gosto do cliente?


Acertou aquele que escolheu "A gosto". É assim mesmo, sem a crase. A explicação é óbvia : gosto é palavra masculina. A crase é machista, só aparece antes de palavras femininas. Lembre-se de que Crase é um fenômeno: a fusão de duas vogais iguais - a preposição + a artigo. No caso de "a gosto", não há o artigo feminino .

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Contos dos irmãos Grimm continuam encantando 200 anos depois


O sapo pede permissão para entrar no castelo. - Ilustração para "The Frog Prince" por Walter Crane, 1874


O Príncipe Sapo

       Há muito tempo, quando os desejos funcionavam, vivia um rei que tinha filhas muito belas.       A mais jovem era tão linda que o sol, que já viu muito, ficava atônito sempre que iluminava seu rosto. 

     Perto do castelo do rei havia um bosque grande e escuro no qual havia um lagoa sob uma velha árvore. 
    Quando o dia era quente, a princesinha ia ao bosque e se sentava junto à fonte. Quando se aborrecia, pegava sua bola de ouro, a jogava alto e recolhia. Essa bola era seu brinquedo favorito. Porém aconteceu que uma das vezes que a princesa jogou a bola, esta não caiu em sua mão, mas sim no solo, rodando e caindo direto na água. 
    A princesa viu como ia desaparecendo na lagoa, que era profunda, tanto que não se via o fundo. Então começou a chorar, mais e mais forte, e não se consolava e tanto se lamenta, que alguém lhe diz: 
   - Que te aflige princesa? Choras tanto que até as pedras sentiriam pena. Olhou o lugar de onde vinha a voz e viu um sapo colocando sua enorme e feia cabeça fora da água. 
    - Ah, és tu, sapo - disse - Estou chorando por minha bola de ouro que caiu na lagoa. 
    - Calma, não chores - disse o sapo - posso ajudar-te, porém, que me darás se te devolver a bola? 
    - O que quiseres, querido sapo - disse ela, - Minhas roupas, minhas pérolas, minhas jóias, a coroa de ouro que levo. 
    O sapo disse: 
   - Não me interessam tuas roupas, tuas pérolas nem tuas jóias, nem a coroa. Porém me prometes deixar-me ser teu companheiro e brincar contigo, sentar a teu lado na mesa, comer em teu pratinho de ouro, beber de teu copinho e dormir em tua cama; se me prometes isto eu descerei e trarei tua bola de ouro".
   - Oh, sim- disse ela - Te prometo tudo o que quiseres, porém devolve minha bola; mas pensou- Fala como um tolo. Tudo o que faz é sentar-se na água com outros sapos e coachar. Não pode ser companheiro de um ser humano. 
    O sapo, uma vez recebida a promessa, meteu a cabeça na água e mergulhou. Pouco depois voltou nadando com a boa na boa, e a lançou na grama. A princesinha estava encantada de ver seu precioso brinquedo outra vez, colheu-a e saiu correndo com ela. 
   - Espera, espera - disse o sapo -leva-me. Não posso correr tanto como tu - Mas de nada serviu coachar atrás dela tão forte quanto pôde. Ela não o escutou e correu para casa, esquecendo o pobre sapo, que se viu obrigado a voltar à lagoa outra vez. 
     No dia seguinte, quando ela sentou à mesa com o rei e toda a corte, estava comendo em seu pratinho de ouro e algo veio arrastando-se, splash, splish splash pela escada de mármore. Quando chegou ao alto, chamou à porta e gritou: 
     - Princesa, jovem princesa, abre a porta. 
    Ela correu para ver quem estava lá fora. Quando abriu a porta, o sapo sentou-se diante dela e a princesa bateu a porta. Com pressa, tornou a sentar, mas estava muito assustada. O rei se deu conta de que seu coração batia violentamente e disse: 
    - Minha filha, por que estás assustada? Há um gigante aí fora que te quer levar? 
    - Ah não, respondeu ela - não é um gigante, senão um sapo. 
    - O que quer o sapo de ti? 
    - Ah querido pai, estava jogando no bosque, junto à lagoa, quando minha bola de ouro caiu na água. Como gritei muito, o sapo a devolveu, e porque insistiu muito, prometi-lhe que seria meu companheiro, porém nunca pensei que seria capaz de sair da água. 
Entretanto o sapo chamou à porta outra vez e gritou: 
    - Princesa, jovem princesa, abre a porta. Não lembras que me disseste na lagoa?
    Então o rei disse: 
    - Aquilo que prometeste, deves cumprir. Deixa-o entrar. 
   Ela abriu a porta, o sapo saltou e a seguiu até sua cadeira. Sentou-se e gritou:
   - Sobe-me contigo. 
   Ela o ignorou até que o rei lhe ordenou. Uma vez que o sapo estava na cadeira, quis sentar na mesa. Quando subiu, disse: 
   - Aproxima teu pratinho de ouro porque devemos comer juntos. 
     Ela o fez, porém, se via que não de boa vontade. O sapo aproveitou para comer, porém ela enjoava a cada bocado. Em seguida disse o sapo: 
  - Comi e estou satisfeito, mas estou cansado. Leva-me ao quarto, prepara tua caminha de seda e nós dois vamos dormir. 
   A princesa começou a chorar porque não gostava da ideia de que o sapo ia dormir na sua preciosa e limpa caminha. Porém o rei se aborreceu e disse: 
   - Não devias desprezar àquele que te ajudou quando tinhas problemas. 
   Assim, ela pegou o sapo com dois dedos, e a levou para cima e a deixou num canto.    Porém, quando estava na cama o sapo se arrastou até ela e disse: 
   - Estou cansado, eu também quero dormir, sobe-me senão conto a teu pai. 
   A princesa ficou então muito aborrecida. Pegou o sapo e o jogou contra a parede. 
  - Cale-se, bicho odioso; disse ela. 
  Porém, quando caiu ao chão não era um sapo, e sim um príncipe com preciosos olhos. Por desejo de seu pai ele era seu companheiro e marido. Ele contou como havia sido encantado por uma bruxa malvada e que ninguém poderia livrá-lo do feitiço exceto ela. Também disse que no dia seguinte iriam todos juntos ao seu reino. 
   Se foram dormir,  na manhã seguinte, quando o sol os despertou, chegou uma carruagem puxada por 8 cavalos brancos com plumas de avestruz na cabeça. Estavam enfeitados com correntes de ouro. Atrás estava o jovem escudeiro do rei, Enrique. Enrique havia sido tão desgraçado quando seu senhor foi convertido em sapo que colocou três faixas de ferro rodeando seu coração, para se acaso estalasse de pesar e tristeza. 
   A carruagem ia levar o jovem rei ao seu reino. Enrique os ajudou a entrar e subiu atrás de novo, cheio de alegria pela libertação, e quando já chegavam a fazer uma parte do caminho, o filho do rei escutou um ruído atrás de si como se algo tivesse quebrado. Assim, deu a volta e gritou: 
   - Enrique, o carro está se rompendo. 
  - Não amo, não é o carro. É uma faixa de meu coração, a coloquei por causa da minha grande dor quando eras sapo e prisioneiro do feitiço. 
   Duas vezes mais, enquanto estavam no caminho, algo fez ruído e cada vez o filho do rei pensou que o carro estava rompendo, porém eram apenas as faixas que estavam se desprendendo do coração de Enrique porque seu senhor estava livre e era feliz. 


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