Louvado e glorificado seja sempre o Teu nome. Perdoa-me por não ser tão grata, quanto deveria. Tu és o meu Deus, o meu Senhor; o Redentor de minha vida. Senhor, por tudo o que tens feito e por tudo o que sei que farás, eu agradeço. Coloco a minha vida no teu Altar e rogo a Tua ajuda, porque eu nada posso fazer sem Ti. “Eu te amo, ó Senhor, força minha.” Sl. 18.1. É o que eu te confesso e peço em o nome de Jesus, teu filho amado. Amém.
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
O que é o Dia de Ação de Graças?
Louvado e glorificado seja sempre o Teu nome. Perdoa-me por não ser tão grata, quanto deveria. Tu és o meu Deus, o meu Senhor; o Redentor de minha vida. Senhor, por tudo o que tens feito e por tudo o que sei que farás, eu agradeço. Coloco a minha vida no teu Altar e rogo a Tua ajuda, porque eu nada posso fazer sem Ti. “Eu te amo, ó Senhor, força minha.” Sl. 18.1. É o que eu te confesso e peço em o nome de Jesus, teu filho amado. Amém.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
História do Bebum
Na rua quando de repente
Vi a coisa preta,
Rolei na sarjeta –
E um porco deitou-se ao meu lado,
Tranquilo e acomodado.
Fiquei lá , caído ,
Tonto e dolorido
Eis quando, naquela hora,
Passou por ali uma senhora
De cara orgulhosa,
E falou, desdenhosa
“Conhece-se um tipo imundo
Por sua companhia no mundo!”
Ouvindo isso, o porco,
Que estava de borco,
ergueu-se e zás ! – Foi-se embora.
Belinky, Tatiana
domingo, 22 de novembro de 2009
Lampião e Maria Bonita
Quase todos os xilogravadores populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país, provêm do cordel.
Dos mitos que o nordeste brasileiro viu surgir ao longo de sua história, Lampião é, sem dúvida, o mais controverso. Em fins de 1930, Lampião escondido na fazenda de um coiteiro - nome dado a que acolhia os cangaceiros- conheceu Maria Déia, A mulher do sapateiro Zé de Neném, que se apaixonou por Lampião e com ele fugiu. Ingressando no bando. Lampião e Maria Bonita são os dois mais importantes personagens relacionados ao banditismo brasileiro na primeira metade do século XX. Expoentes do fenômeno social do Cangaço, eles estabeleceram no nordeste brasileiro um quadro de lei e ética que por décadas funcionou paralelamente ao sistema político do Brasil. Lampião e Maria Bonita tornaram-se uma lenda moderna no Brasil. Representam não apenas um modelo de subversão da ordem estabelecida, mas também a possibilidade do amor erótico num meio onde só a morte era uma companheira fiel.
(Michel Ferrabiamo)
Descobrindo a poesia de cordel - Gestar II Gêneros e tipos textuais
(1º.s C/ D/ E)
Hoje, nós vamos conversar sobre uma forma de poesia de raiz popular, que há muito tempo corre por muitas terras brasileiras. É a chamada “poesia de cordel”, que veio de Portugal e foi belamente incorporada à cultura popular brasileira. O nome vem do fato de que os poemas ou narrativas eram pendurados em cordões, sobretudo nas feiras. Essa poesia é apresentada em folhetos, impressos sem grande tecnologia e usando a xilogravura como forma de impressão até de ilustrações da capa. Essa poesia mais comumente conta histórias e extrai delas lições, que passam de geração em geração.
Observe um exemplo interessante dessa poesia, que talvez vocês já conheçam, na voz de Amelinha ou Zé Ramalho, que a musicou.
Mulher Nova Bonita e carinhosa
(Otacílio Batista e Zé Ramalho)
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história que um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Paris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor.
A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes
A bravura dos grandes navegantes
Enfrentando a procela em seu furor
Se não fosse a mulher mimosa flor
A história seria mentirosa
Mulher nova, bonita e carinhosa.
Faz o homem gemer sem sentir dor.
Virgulino Ferreira, o Lampião.
Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigos nem ruínas
Foi o rei do cangaço no Sertão
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa.
Faz o homem gemer sem sentir dor.
(Otacílio Batista Patriota)
Atenção: observem por este poema , é um grande engano pensar que o cordelista é uma pessoa inculta. Nem sempre a falta de escola quer dizer falta de leiturae desconhecimento de páginas da história e mitologia. Otacílio Batista Patriota nos fala de episódios da história universal. Em muitos casos repletos de tradição oral.
Otacílio Batista Patriota nasceu a 26 de setembro de 1923, na Vila Umburanas, São José do Egito, sertão pernambucano do Alto Pajeú. Ele e o irmão ficaram famosos como cantadores e repentistas. Depois de ouvir Otacílio Batista cantar durante um festival de violeiros realizado no Rio de Janeiro, o poeta Manuel Bandeira fez os seguintes versos:
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
[...]
Saí dali convencido
Que não sou poeta não;
Que poeta é quem inventa
Em boa improvisação
Como faz Dimas Batista
E Otacílio seu irmão;
Como faz qualquer violeiro,
Bom cantador do Sertão,
A todos os quais humilde
Mando “minha saudação.”
(Manuel Bandeira)
sábado, 21 de novembro de 2009
Só para descontrair
O Barão de Itacaré, quando estudante de medicina, ainda sem o título de nobreza , isto é, com seu nome de batismo - Aparício Torelly, enfrentava um exame oral na faculdade.
Crase - continuação
Esse pronome tem privilégios. Pode vir acompanhado de artigo ou não. É facultativo.
Observe:
Vou a minha cidade ou Vou à minha cidade. A escolha é sua.
Há, no entanto, uma construção que engana. O a que antecede o pronome possessivo tem cara de artigo, mas não é. É o pronome demonstrativo e com ele é preciso ter cuidado.
“Não fui a (a) minha cidade, mas à sua.” Observe: mas a aquela que é sua). Percebeu o encontro dos aa? Lembre-se de que o artigo é facultativo, mas o pronome demonstrativo não. A frase correta é: Não fui a (à) minha cidade, mas à sua. Outra resposta: nesse caso o segundo pronome aparece como pronome substantivo, ou seja, substitui o nome. E aí é obrigatório.
Crase
O assunto de hoje é Crase
“A crase não foi feita para humilhar ninguém.” Disse o poeta Ferreira Gullar. Conta que escreveu esse aforismo em 1955, e que o mesmo ganhou popularidade sendo atribuído a vários escritores menos a ele. Disse: “A verdade é que certo dia me vi induzido a escrever uma série de aforismos sobre a crase, esse grave problema ortográfico e existencial que boa parte dos escritores, jornalistas e escrevinhadoras em geral não conseguem resolver. A crase tornou-se assim um pesadelo nacional. Hoje menos, porque já ninguém, sabe o que é escrever certo ou errado. Mas, naqueles idos de 1955, as pessoas tremiam diante de certos "aa".
Xô humilhação!
A crase é um fenômeno que indica a fusão de dois aa. Um deles é a preposição. O outro, o artigo ou o pronome demonstrativo.
Estar diante de palavra feminina não é suficiente. É necessário que a preposição a encontre com outro a. Logo existe a necessidade de observar a regência.
Vamos testar?
Vou a piscina, hoje.
João é fiel a Ana.
Perceba que estamos diante de palavras femininas. O que não é suficiente. Dica: substitua a palavra feminina por qualquer palavra masculina. Deu ao? Crase nela.
Vou ao mercado.
João é fiel ao horário.
Percebeu? Vou à piscina. João é fiel à Ana.
Às vezes, a palavra feminina está subentendida. É armadilha. Não caia.
Encaminhou-se à Rua Nova e depois à do Sol.
“Foi à livraria Cultura e à José Olympio.”
“Cortou os cabelos à Edson Celulari.”
Outros casos:
A palavra casa: a casa onde moramos dispensa o artigo. Sem ele nada de crase. Mas se a palavra vier especificada , exige crase. Observe os dois casos:
Vou a casa.
Voltarei à casa de meus primos.
Logo, crase somente na casa dos outros.
Tenha cuidado com os nomes de cidades, estados e países. Pois são caprichosos, às vezes pedem o artigo. Outras vezes, o esnobam. O que fazer? Dica: substitua o ir por voltar.
“Se, ao voltar, volto da, crase no a.
Se, ao voltar, volto de, crase pra quê?"
Observe:
1. Vou a França. Volto da França. Logo crase no a. Vou à França.
2. Vou a Roma. Volto de Roma. Logo crase pra quê. Vou a Roma.
Obs.: Se o topônimo estiver antecedido por adj. Adnominal a crase será obrigatória.
Vou à bela Roma.
NA palavra TERRA :
significando planeta ocorrerá a crase:
"Os astronautas voltaram à Terra"
Significando terra natal, lugar de origem:
"Irei à terra de meus avós"
Significando chão firme, em oposição a mar ou a bordo, não ocorrerá crase:
"Os marinheiros voltaram a terra"
Continuaremos o assunto na próxima postagem.
Bjos.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO EM VERSO DE CORDEL
Pastor Davi Wanderley e Benedito
Hoje, Davi nos perguntou: “Você quer ir para o céu? Usou essa preposição “para” tão poderosa, nesse contexto. Ir para, ou seja, demorar-se lá. Ficar lá, eternamente. Queridos, quantas vezes nós trocamos o maior presente que Deus nos oferece, a salvação, por migalhas que o mundo dá. Somente porque o diabo, mentiroso, enganador e ladrão, nos diz que tudo é relativo. Sussurrando-nos que não somos dignos do céu. O Reverendo Hernandes Dias Lopes em um dos seus sermões comenta: “Quando o diabo lembrar a você o seu passado, lembre a ele o seu futuro. Você vai morar no céu, com Jesus. O diabo vai ser atormentado eternamente no inferno.”
Lembra, amado, A onda é o Céu. Não tenha medo nem vergonha de servir e obedecer ao Senhor, nosso Deus. Nessa luta, nenhum mal vai lhe acontecer. “Caim mil ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido.” (salmos 91). Glória a Deus!
A onda é o Céu. “Agrada-se o SENHOR dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia” (Salmos 147.11)
A onda é o Céu. “As pessoas que vivem de acordo com a sua natureza humana não podem agradar a Deus.” (Romanos 8.8). Infelizmente muitas pessoas vivem assim: pensam que agradam a Deus, mas agradam a si mesmas. Jesus disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e obedece a eles, esse é o que me ama, e aquele que me ama será amado por meu Pai, e Eu também o amarei e me revelarei a ele. (Jo. 14.21) Quem não me ama não obedece às minhas palavras; e a Palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou”. (Jô. 14.24).
A onda é o Céu. Querido, ninguém no mundo pode te amar como Jesus, nem você mesmo consegue se amar da forma como Jesus te ama, pois o Amor Dele excede a todos.
Senhor, eu te amo! Perdoa-me pelas vezes em que troquei a Tua presença por migalhas do mundo. Ajuda-me, sou fraco. Mas sei que o teu sangue me lava, limpa-me das iniquidades. É na Tua presença que me fortaleço. São os teus anjos que me guardam. Creio em Ti. Espero o dia em que irei receber o teu abraço, lá no Céu. Escreve o meu nome no Livro da Vida. A minha oração é a do rei Davi: “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei.” (Salmos 40.8) , “Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo.” (Salmos 27.4). Assim, eu te peço, Senhor, em nome do teu filho Jesus, amém.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Por toda a minha vida, ó Senhor te louvarei
Por toda a minha vida,
(Carlos A Moysés)
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Muito bom!
Não tenho foto para postar. Gostaria de receber algumas.
Escola Helena Pugó
Orientação profa. Fábia Feguins
Parabéns !
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Projeto Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Que texto lindo! Muiiiiiiiito bom! Amo vocês!!!!
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Parabéns! Essa produção serviu para reforçar os laços de amizade entre o grupo.
Valeu! Foi uma delícia. Abraços, Jéssica, Diego, FIlipes, Mesion, Lídia, Júlio, Tatiane, Evelin, , Gilson, Priscila e, é claro Dona Lindalva. Parabéns, alunos do 3o. B da Escola Helena Pugó
Orientados pela profa. Helena Caldas
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Tarde Literária 2009 - Projeto elaborado pela profa. Helena Caldas
Essa turminha apresentou o musical Dona Baratinha, baseado no conto infantil. Lindo! Eles produziram um funk muito legal. “Quem quer casar com dona Baratinha que tem laço na cabeça e dinheiro na caixinha.
É carinhosa e quem com ela se casar, vai ter doce todo dia, no almoço e no jantar.”
Alunos da Escola Helena Pugó, 1º. D
Orientados pela profa. Helena Caldas
Valeu! Foi uma delícia!
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Tarde Literária 2009 Projeto elaborado pela profa. Helena Caldas
Orientados pela profa. Helena Caldas
Parabéns! 1o. lugar
Tarde Literária - 2009 - Projeto Gestar II
Essa turminha apresentou uma pequena peça , baseada no poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade. Retiram o texto do documentário O Poeta de Sete Faces - um filme de Paulo Thiago
Alunos da Escola Helena Pugó, 1º. C
Orientados pela profa. Helena Caldas
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar
Tarde Literária 2009 - Projeto Gestar II
terça-feira, 17 de novembro de 2009
LUA ADVERSA
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
A mente humana: mentes perigosas
Parabéns!
Saudade...
O ser humano e a natureza: energia renovável
terça-feira, 10 de novembro de 2009
A Estética Humana: cirurgias plásticas
(The Engine Room)
Bela, foi muito bom subirmos juntas.
Glória a Deus!
O Homem e a ciência: mentes brilhantes
A Identidade Genética e seus mistérios
Literatura: uma herança cultural
Corpo humano: sistema nervoso
Doação de órgãos
Pandemias
INTERTEXTOS
Via Láctea
Divina Comédia Humana
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
[...]
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
[...]
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
E eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto.
(Belchior)
Cogito ( Torquato Neto)
pronome
pessoal intranferível
do homem que iniciei
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferolhado indecente
feito um pedaçõ de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.
( Torquatália: obra reunida de Torquato Neto- Volume 1 { do lado de dentro}. Rio de Janeiro: Rocco.
Subjetividade descritiva - o eu poético, tema do poema e poeta se confundem.
O passarinho engaiolado
Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o mínimo que se poderia dizer era que era segura e tranquila, como seguras e tranquilas são as vidas das pessoas bem casadas e dos funcionários públicos.
Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaço para baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode. Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da segurança da gaiola.
Bem, se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões são assim; têm sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola o caminho foi curto, através da Ponte dos Suspiros.
Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera os seus filhotes na gaiola. A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, lhes traz no bico um galho de veneno. Meus filhos a existência é boa só quando é livre. A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa... Ó filhos, voemos pelo azul! .... Comei!
Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos bichinhos; os sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores, com seu mágico bater das asas; os urubus, nos seus voos tranqüilos na fundura do céu; as rolinhas, arrulhando, fazendo amor; as pombas, voando como flechas. Ah! Os prudentes conselhos maternos não o tranqüilizavam. Ele queria ser como os outros pássaros, livres... Ah! Se aquela maldita porta se abrisse.
Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia agora realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre!
Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu um pouco de tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve medo de cair. Agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais distante. Teve vontade de ir até lá. Perguntou-se se suas asas agüentariam. Elas não estavam acostumadas. O melhor seria não abusar, logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um insetinho passou voando bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço o mais que pôde, mas o insetinho não era bobo. Sumiu mostrando a língua.
-Ei, você! – era uma passarinha.
Tremeu de medo. Nunca imaginara que a liberdade fosse tão complicada. Somente podem gozar a liberdade aqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudades da gaiola. Voltou. Finalmente a porta ainda estava aberta.
Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta disse:
- Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois passarinho de verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar...
(Rubem Alves. Teologia do cotidiano. São Paulo , Olho d’água, 1994.)
RUBEM ALVES é, entre outras coisas, professor universitário, filósofo, cronista, contador de histórias, ensaísta, teólogo e psicanalista.
Já escreveu mais de 50 livros para adultos e jovens. Seus textos buscam oferecer ao leitor reflexões sobre temas como a educação, a liberdade, o amor e o sentido e a beleza da vida.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Eu e Bela - Conversa fiada
- Mãe, tá todo mundo se lascando para entregar o trabalho de amanhã.
Então eu pensei: lascar é uma expressão tão nossa.
v.t. Quebrar em lascas; tirar lascas de.
Bras. Pop. Dar, aplicar: lascar uma bofetada.
V.i. e v.pr. Fender-se.
Sinônimos de lascar
Lascar: falhar, quebrar, rachar
Agora, eu já posso responder: