Turminhas,
(1º.s C/ D/ E)
Hoje, nós vamos conversar sobre uma forma de poesia de raiz popular, que há muito tempo corre por muitas terras brasileiras. É a chamada “poesia de cordel”, que veio de Portugal e foi belamente incorporada à cultura popular brasileira. O nome vem do fato de que os poemas ou narrativas eram pendurados em cordões, sobretudo nas feiras. Essa poesia é apresentada em folhetos, impressos sem grande tecnologia e usando a xilogravura como forma de impressão até de ilustrações da capa. Essa poesia mais comumente conta histórias e extrai delas lições, que passam de geração em geração.
Observe um exemplo interessante dessa poesia, que talvez vocês já conheçam, na voz de Amelinha ou Zé Ramalho, que a musicou.
Mulher Nova Bonita e carinhosa
(Otacílio Batista e Zé Ramalho)
(1º.s C/ D/ E)
Hoje, nós vamos conversar sobre uma forma de poesia de raiz popular, que há muito tempo corre por muitas terras brasileiras. É a chamada “poesia de cordel”, que veio de Portugal e foi belamente incorporada à cultura popular brasileira. O nome vem do fato de que os poemas ou narrativas eram pendurados em cordões, sobretudo nas feiras. Essa poesia é apresentada em folhetos, impressos sem grande tecnologia e usando a xilogravura como forma de impressão até de ilustrações da capa. Essa poesia mais comumente conta histórias e extrai delas lições, que passam de geração em geração.
Observe um exemplo interessante dessa poesia, que talvez vocês já conheçam, na voz de Amelinha ou Zé Ramalho, que a musicou.
Mulher Nova Bonita e carinhosa
(Otacílio Batista e Zé Ramalho)
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história que um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Paris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor.
A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes
A bravura dos grandes navegantes
Enfrentando a procela em seu furor
Se não fosse a mulher mimosa flor
A história seria mentirosa
Mulher nova, bonita e carinhosa.
Faz o homem gemer sem sentir dor.
Virgulino Ferreira, o Lampião.
Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigos nem ruínas
Foi o rei do cangaço no Sertão
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa.
Faz o homem gemer sem sentir dor.
(Otacílio Batista Patriota)
Atenção: observem por este poema , é um grande engano pensar que o cordelista é uma pessoa inculta. Nem sempre a falta de escola quer dizer falta de leiturae desconhecimento de páginas da história e mitologia. Otacílio Batista Patriota nos fala de episódios da história universal. Em muitos casos repletos de tradição oral.
Sobre o autor:
Otacílio Batista Patriota nasceu a 26 de setembro de 1923, na Vila Umburanas, São José do Egito, sertão pernambucano do Alto Pajeú. Ele e o irmão ficaram famosos como cantadores e repentistas. Depois de ouvir Otacílio Batista cantar durante um festival de violeiros realizado no Rio de Janeiro, o poeta Manuel Bandeira fez os seguintes versos:
Otacílio Batista Patriota nasceu a 26 de setembro de 1923, na Vila Umburanas, São José do Egito, sertão pernambucano do Alto Pajeú. Ele e o irmão ficaram famosos como cantadores e repentistas. Depois de ouvir Otacílio Batista cantar durante um festival de violeiros realizado no Rio de Janeiro, o poeta Manuel Bandeira fez os seguintes versos:
Anteontem, minha gente,
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
[...]
Saí dali convencido
Que não sou poeta não;
Que poeta é quem inventa
Em boa improvisação
Como faz Dimas Batista
E Otacílio seu irmão;
Como faz qualquer violeiro,
Bom cantador do Sertão,
A todos os quais humilde
Mando “minha saudação.”
Fui juiz numa função
De violeiros do Nordeste
Cantando em competição,
Vi cantar Dimas Batista,
Otacílio, seu irmão,
[...]
Saí dali convencido
Que não sou poeta não;
Que poeta é quem inventa
Em boa improvisação
Como faz Dimas Batista
E Otacílio seu irmão;
Como faz qualquer violeiro,
Bom cantador do Sertão,
A todos os quais humilde
Mando “minha saudação.”
(Manuel Bandeira)
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