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domingo, 7 de março de 2010

Exemplo de Resenha crítica

O Caçador de Pipas é um romance escrito pelo afegão Khaled Rosseini que atualmente mora nos EUA – é bom que se diga isso. O livro virou best-seller, com milhões de cópias vendidas pelo mundo inteiro, fora os downloads do livro e filme que são muitos pela internet.
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Amir, um garoto rico e mimado; e Hassan, o garoto pobre que mesmo diante das dificuldades ainda sonhava, são os dois personagens centrais. O “ponto culminante ” do filme, que irá arrebatar os espectadores para o reino das idealizações, é quando a amizade entre os dois é colocada em xeque.

Hassan, diante de um grupo de garotos de etnia “inimiga” da sua, resiste em dar uma pipa que havia capturado e prometido levá-la ao amigo Amir, resultando em uma cena de estupro que é presenciada de longe por Amir. Diante da situação Amir foge da realidade, imaginando que nada havia acontecido, no entanto, é condenado aos tormentos do sentimento de culpa islâmico – não muito diferente do judaico-cristão – pelo resto da vida.

A partir daí muitos espectadores se sentem indignados com Amir que não fez nada para defender o amigo. – Talvez precisassem questioná-los sobre qual o comportamento que eles esperam de uma criança que presencia uma cena de estupro.

Mas a principal ingenuidade do filme é a tentativa frustrante de fazer dramatização onde não há. – Além das fantasias de Khaled, alguém, por mais que tenha uma relação “ritualística” com uma pipa, estaria disposto a não perdê-la mesmo diante de uma iminente violência?

Outra ingenuidade marcante no filme, embora eu não possa dizer se o mesmo ocorre no livro, é a tentativa de mostrar a cultura afegã com veracidade, mas evidentemente a mesma é enquadrada nos moldes ocidentais. O pai de Amir bebe uísque, anda de Mustang, ouve músicas em inglês e desfruta de outras “regalias” do mundo ocidental. – No entanto, isso pode ter sido a velha e tradicional chantagem capitalista diante do “comunismo” russo que batia às portas do oriente.

Sei que muitos irão dizer que o filme é bem discrepante, mas que o livro mantém a coerência. Certamente que o livro deve ter suas diferenças, no entanto, acho bem improvável que um fale sobre “cogumelos” e o outro sobre “amizade”.

Termino ressaltando que minha crítica é mais para o público do que o autor Khaled Rosseini. Talvez o autor tivesse a intenção de produzir apenas um romance, fazendo valer da criativa expressão que é livre para caminhar despreocupada entre os reinos das fantasias, dos sonhos e daquilo que chamamos de realidade. No entanto, serve para mostrar o quanto as pessoas ainda pensam nos moldes platônicos e cristãos, na medida em que colocam a relação de amizade idealizada no filme enquanto um “bem-maior” que, se não preservado, o terrível peso do sentimento de culpa se encarregará de fazer justiça!

3 comentários:

  1. Depois de ver os alunos da 7a criando blogs, me empolguei! kkkk http://emilyelleen.blogspot.com/

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  2. Eu também te amo muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito, minha filha querida.

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