Concluiu um curso de Letras em 1917, inscrevendo-se a seguir para cursar Direito, sendo a primeira mulher a frequentar este curso na Universidade de Lisboa.
Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...
Florbela Espanca
Florbela Espanca, nascida Flor Bela Lobo, (Vila Viçosa, 8 de dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de dezembro de 1930) foi uma poetisa portuguesa, precursora do movimento feminista em seu país, teve uma vida tumultuada, inquieta, transformando seus sofrimentos íntimos em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização e feminilidade.
Filha de Antónia da Conceição Lobo, empregada de João Maria Espanca, que não a reconheceu como filha. Porém com a morte de Antónia em 1908, João e sua mulher Maria Espanca criam a menina. O pai só reconheceria a paternidade muitos anos após a morte de Florbela.
Em 1903 Florbela Espanca escreveu a primeira poesia de que temos conhecimento, A Vida e a Morte. Casou-se no dia de seu aniversário em 1913, com Alberto Moutinho. Concluiu um curso de Letras em 1917, inscrevendo-se a seguir para cursar Direito, sendo a primeira mulher a frequentar este curso na Universidade de Lisboa.Sofreu um aborto involuntário em 1919, ano em que publicaria o Livro de Mágoas. É nessa época que Florbela começa a apresentar sintomas mais sérios de desequilíbrio mental. Em 1921 separou-se de Alberto Moutinho, passando a encarar o preconceito social decorrente disso.
No ano seguinte casou-se pela segunda vez, com António Guimarães.O Livro de Sóror Saudade é publicado em 1923. Florbela sofreu novo aborto, e seu marido pediu o divórcio.
Em 1925 casou-se pela terceira vez, com Mário Lage. A morte do irmão, Apeles (num acidente de avião), abala-a gravemente e inspira-a para a escrita de As Máscaras do Destino.
Tentou o suicídio por duas vezes em Outubro e Novembro de 1930, às vésperas da publicação de sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, suicida-se no dia do seu aniversário, 8 de Dezembro de 1930. Charneca em Flor viria a ser publicado em janeiro de 1931.
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