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domingo, 28 de março de 2010

Eu sei quem sou, onde estou e aonde vou!


Queridos,


Estamos tão contaminados pelo germe da reclamação que não conseguimos dar graças por nada que nos venha à mão. A semana passada, eu estava abatida, impregnada pelo desânimo, não só meu, mas de toda uma classe de professores, que não têm recebido o devido respeito. Somos vítimas de um sistema doentio, que não valoriza o professor, homens e mulheres responsáveis pela mudança da história de um país.

Vivemos pela fé, fé nos homens. Acreditamos, vorazmente, nos jovens que estão sendo formados por nós, porque no fundo todo professor não passa de um visionário. Não vou falar sobre o quanto a educação no Brasil é falha. Todos sabem dessa história. Mas não me posso calar diante da barbárie que assisti na sexta-feira passada, vi professores da rede pública estadual, que realizavam um protesto em frente ao Palácio dos Bandeirantes em confronto com a Polícia Militar. Numa manifestação que deveria ser pacífica, porque é um direito das classes trabalhadoras, mas foi contida com balas de borracha e bombas de efeito moral. Trabalhadores, vejam o que vos espera, caso votem em SERRA!

Na pauta, ao governo Serra, as seguintes reivindicações: garantia do emprego; por um plano de carreira justo; reajuste imediato de 27% e reposição salarial de 6%; contra a avaliação de mérito; pela incorporação das gratificações com extensão aos aposentados e concurso público de caráter classificatório. Algo impossível?

Aqui em Pernambuco, O JC põe como manchete de primeira página: “PROFESSOR DERROTADO

‘Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), os três modelos apresentados pelo Governo nas duas últimas rodadas de negociação acarretam uma desestruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC), além de incorporar os 60% da gratificação pelo exercício do magistério, conhecido como “Pó de giz”. "A proposta gera um achatamento de classes, que resulta na diminuição dos salários dos trabalhadores com mais tempo de serviço e títulos de graduação", observa o sindicato.”
http://jc.uol.com.br/

Sinto-me constrangida, mas não derrotada. Sou funcionária pública, por concurso. Não pelo famoso “QI”. Amo o que faço e, não devo favores pelo emprego público que consegui. O nosso governador, Eduardo Campos, é temporário. Ele passará. Nós, professores, continuaremos na luta contra a miséria, o analfabetismo, que vive e reina entre nós, ainda. Continuaremos a luta contra a marginalidade crescente em nossas salas, continuaremos evacuando a escola no toque de recolher, deixando as crianças pequenas irem para suas casas chorando de medo. Continuaremos a luta contra as drogas que invadem a nossa escola, que mata os nossos meninos. Continuaremos olhando as cadeiras vazias, deixadas por aqueles que não voltam , já que residem agora num cemitério.

Eu ficarei governador, orando antes de sair de casa, pedindo para voltar viva. Eu continuarei ensinando tudo aquilo que eu aprendi, continuarei crendo naquele menino ou menina que está na sala de aula, apenas para não perder a bolsa família.

Nós Já passamos por tantas outras dificuldades, nós sobrevivemos a outras formas de pressão causadas por governadores que o antecederam. Há anos somos funcionários do Estado, somos professores, nunca derrotados.

Eu sei quem sou, onde estou e aonde vou!

Continuo acreditando na fala de Pitágoras: “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."
E você em que acredita?

Um comentário:

  1. Acredito que os professores são essenciais para a formação porque para ser um grande profissional é necessário alguém que o ensine, para que assim possa crescer na vida. É uma profissão que aparenta ser difícil, e que infelizmente, muitos alunos não dão o devido respeito, o devido valor.
    Deveriam entender que o professor está ali para nos orientar, o que seriamos de nós sem eles?
    Obrigada professores, obrigada professora Helena, por tudo!

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