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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haiti

Hoje, pela manhã, fazia eu o almoço quando o meu marido ligou o rádio no programa de Geraldo Freire. Não lembro o tema do debate, mas lembro algumas perguntas e respostas. Os entrevistados: um pastor, um professor de história e um espírita.
Bem, Geraldo Freire perguntou ao espírita a causa de terremoto no Haiti. O sujeito começou com aquela história de re-encarnação, falou que para alguns era hora de ir, para depois voltar. Mas voltar, sucessivamente, até alcançar a perfeição total. Falou sobre livre arbítrio. Tudo num clima cinematográfico. Para ele, o entrevistado, o ser supremo não agiu para castigar ninguém. Na verdade, é um acerto de contas, misturado com motivos racionais como aquecimento global, placas tectônicas, etc.
... Silêncio total. Os ouvintes ligaram dizendo ser o sujeito o cara.

O historiador, esse extremamente soberbo, aplaudiu o entrevistado anterior, e começou a explanar sobre o local onde aconteceu o terremoto. As condições do lugar, a história do país, a insustentabilidade ambiental. Enfim, que se tratava de um fenômeno geológico, explicado cientificamente e não através de crenças.

O pastor, lamentavelmente, não soube explanar sobre os desígnios de Deus. E foi massacrado pela força inimiga.

Houve um momento em que eu pude sentir o poder maligno atuando naquele lugar, parecia a roda dos escarnecedores.

O historiador comentou que a Bíblia era uma ilusão, quem poderia acreditar naquilo que estava escrito ali. Que Deus mandaria Abraão matar seu próprio filho? Somente um Deus mau. Afirmou que a Bíblia era somente ira. Um Deus castigador do início ao fim. E esse homem gargalhava, zombava da palavra de Deus.

O pastor tentou argumentar, mas não obteve êxito. No final, pediu para responder a uma ouvinte sobre a prática do jejum, foi anarquizado pelos outros. O historiador disse que o povo do Haiti já estava fazendo jejum forçadamente. O apresentador perguntou sobre fazer jejum de cachaça. O espírita convidou todo mundo para um encontro religioso, ou seja, ecumênico.
Assim terminou...

Em mim ficou uma angústia. Fiz uma oração pelo povo de Deus. Pedi que o Senhor nos dê força e unção para suportarmos o mal.

Queridos, sei que o texto é longo e muitos não o terminarão, mas é preciso saber o que ver, o que escutar e onde pisar. A palavra do Senhor diz “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. (salmo 1) .
Quantos cristãos , como eu, não têm sido presas fáceis ao trazer a roda de escárnio para dentro de sua casa. Sim! No conforto de seu lar, usando um simples rádio.

O fato é que ninguém respondeu à pergunta do entrevistador: "A causa do terremoto no Haiti? Ninguém sequer questionou as práticas religiosas do Haiti.
Não sou Deus para responder, mas a Bíblia nos diz: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. Provérbios 14:12 ...

André Góes, mestrando em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Bacharel em Ciências Sociais em seu texto O vudu e suas conseqüências, nos traz informações preciosas:

“Fato que sempre me chamou a atenção em relação ao Haiti é a quantidade de desgraças ocorridas naquele território. Desde o processo de independência – na última década do século XVIII - até a catástrofe ocorrida esta semana, inúmeros fatos no mínimo estranhos – para os olhos de quem está atento também ao “outro lado” – têm destroçado a esperança de quem torce por um Haiti harmônico.
Desde criança sempre me fascinou as imagens relativas aos zumbis e às bonecas espetadas do vodu haitiano. Boa parte das pessoas ainda associam o Haiti à prática da magia negra, eu faço parte desse grupo. Isso se deve ao fato de enxergar os fenômenos ocorridos naquele país não apenas com os olhos do cientista social, mas também com a experiência de quem é versado em estudos de magia e de religião: servi como guardião na Grande Fraternidade Branca e durante alguns anos trabalhei com diversas entidades na Umbanda.
Quando comecei a trabalhar com entidades, minha intenção era curar mazelas espirituais e físicas de pessoas aflitas. Contudo, conforme os anos passaram, ficava mais claro que eu e minha “coroa” nos distanciávamos do trabalho empreendido pelo grupo, na medida em que parte do trabalho da “doutrina” se voltava para outras finalidades, que julgo serem muito discutíveis. Até hoje não sei o que estava por trás das mudanças na linha da "doutrina", o fato é que os adeptos, à exceção de alguns, estavam interessados nas “macumbas”. Saí desse meio pois não estava de acordo com o entendimento comum.
Nos ritos africanos e/ou afrobrasileiros os indivíduos são extremamente individualistas. Ainda que o discurso seja o da união e do anímico, percebi durante esses anos que as aspirações dos praticantes se voltam para a satisfação de vontades particulares, sejam elas a obtenção de favores: destruição de casamentos, morte de pessoas, ganho de causas judiciais, melhoria financeira etc. [...] líderes religiosos que cobram por favores, sacrifícios animais e humanos (sic) e por aí vai. A maior parte de centros e terreiros oferece algum tipo de risco ao praticante e não se dedica a reprodução de práticas minimamente éticas.
Devemos comentar um pouco sobre o vudu e suas proporções. Esta prática não está restrita ao Haiti, porquanto mesmo nos EUA - estados do Mississipi e Louisiania – essa manifestação tem força considerável. O vudu haitiano se origina no sincretismo de alguns antigos ritos do Daomé (Benin) com o catolicismo imposto por franceses, ainda no século XVIII. O resultado disso é uma população que se diz católica (mais de 90%) e ao mesmo tempo adepta do vudu (100% ?). Desde 2003, o vudu é religião oficial do Haiti – a ideia surgiu do ex-padre e ex-presidente Jean Bertrand Aristides.
As cerimonias vudus, assim como a de outras seitas e religiões presentes no Brasil, são compostas por rituais de mortificação, sacifícios de animais, práticas com sangue fresco, incorporações, utilização de fumo e álcool. O período das celebrações é o noturno. Os famigerados bonecos são réplicas de seres humanos: os praticantes dizem que servem para praticar o bem a outrem, no que os relatos de turistas, antropólogos e outros estudiosos discordam – na verdade, as alfinetadas serviriam muito mais para infligir algum dano à figura de uma determinada pessoa materializada no objeto.
Parece óbvio que onde se encontrarem duas pessoas, ou mais, energias, pensamentos, sentimentos e práticas ganharão corpo formando um corpo invisível próprio. Segundo Helena Blavatsky, essa reunião criará algo independente, mais forte que as partes e ao mesmo temo relacionado a elas, pois origina-se da força do grupo: a egrégora.
No processo de estabelecimento da independência e da república haitiana, a segunda na América, muito sangue foi derramado e ódio perpretado. A pobreza e a escravização capitalista também humilharam o povo haitiano colaborando para que hoje, e ainda mais agora após o terremoto, o Haiti conste como um dos Estados mais miseráveis de que já se teve notícia. Adicionemos as pomposas cortes de sangue dos insanos Papa Doc e Baby Doc mais os anos de Aristides, os dois primeiros usaram e abusaram do vudu; o último reverenciou-o oficialmente.
Para o neófito isso tudo é obra do azar. Reúna, no entanto, os elementos geográficos, econômicos e históricos, adicione uma pitada de práticas psico-energéticas extremamente negativas e teremos um resultado perverso.
Pode até haver coincidência, se defirnimos esse sintagma como a incidência de forças para o mesmo ponto, que, nesse caso, condensa o amálgama de disposições nefastas geradas, reproduzidas e reafirmadas por um povo que insiste na prática indiscriminada da magia negra. São diversos fatores, sem dúvida, porém qual é a influência dessa égregora maligna sobre os ocasos haitianos? Enquanto o vudu existir com tanta força, não haverá esforço humanitário que dê jeito no Haiti."

p/ André Góes- sexta-feira 15 de janeiro de 2010

Acredito que esse texto esclarecerá algumas dúvidas.
Humilde opinião
Irmãos a nossa visão é extremamente limitada, em Jó 38, o Senhor o convence de sua ignorância “Depois disso o Senhor respondeu a Jó dum redemoinho, dizendo: 2. Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? 3.Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Faze-mo saber, se tens entendimento."
Finalizarei esse texto deixando àquele professor esta palavra: "Respondeu-lhes Jesus: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus." (Mateus 22.29).

Para vocês, queridos irmãos em Cristo Jesus, deixo esta exortação de Paulo:
“...pregue a mensagem e insista em anunciá-la, no tempo certo ou não. Convença, repreenda, anime e ensine com toda a paciência. Porque virá o tempo em que as pessoas não escutarão o verdadeiro ensinamento,mas seguirão os seus próprios desejos. E juntarão para si mesmas muitos mestres, que vão dizer a elas o que querem ouvir. Mas você, seja ajuizado em todas as situações. Suporte o sofrimento, faça o trabalho de um pregador da Boa-Notícia do Evangelho e cumpra completamente o seu dever como servo de Deus.”

Graça e paz da parte de Deus Pai, e de Cristo Jesus, nosso Salvador.

2 comentários:

  1. NOSSA! Amei esse texto! Realmente muito verdadeiro! Beijos, saudades!

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  2. Gostei, e concordo que este sofrimento deve ter um sentido que não seja apenas acaso!

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