Autor - Laura Escudero
Editora - Edições SM - São Paulo
Literatura infanto-juvenil
Algumas pessoas olham pela janela, veem as rosas
murchas e ficam tristes.
Outras pessoas olham pela janela, veem as rosas murchas
e ficam felizes... São capazes de ver a semente.
Gabriel Chalita
Como Gabriel Chalita, eu também acredito naqueles capazes de ver a semente. Hoje, em nossa aula especial, proporcionamos um café da manhã para os avós - da turminha 7a. B - foi um dia singular, uma lição para nós.
O café da manhã foi um encontro emocionado, banhado a sorrisos, colorido de lágrimas, adoçado com velhas e novas histórias, encantado por cartazes e mensagens, preenchido por bolos, sucos, frutas, leite, bolachas...
E tudo isso aconteceu após a leitura do livro Encontro com Flô de Laura Escudero, pretexto para novos textos, novos pensamentos, novas atitudes.
O livro conta um pouquinho das histórias de Julieta que não consegue estar em sintonia com o que está acontecendo ao seu redor – tudo acontece tão depressa. Seu pai foi embora, a mãe se casou novamente, um irmãozinho chegou... E agora, a última novidade, sua avó Flora vem morar com eles. Casa pequena, mãe bagunçada, pai que não é pai, apenas amigo. Difícil! O quarto – único espaço seu – agora invadido por uma velha. E Julieta, "assustada de sentir uma raiva tão grande, tão profunda, tão de repente. Atrevia-se a dizer 'a velha' para se referir a sua avó Flora. De dizer arrastando o 'vê' e o 'e' com muita força , desfrutando esse som que tinha gosto de vingança." Mas logo descobre que a vida é maior do que pensamos, descobre que os planos de Deus são mais bonitos que os nossos, que o Senhor prepara encontros, exclusivamente, para proporcionar aprendizagem.
Após a leitura, é fácil constatar que os jovens são tremendamente inteligentes e sensíveis e, quando provocados pela promoção do encontro da literatura com a vida real, descobrimos muito. Daí é fácil sentir a sintonia dos encontros perfeitos - o encontro de gerações.
Gerações, que fique claro, amam-se. Mas que estão separadas pela tecnologia, pela falta de tempo, pela falta do que lhes sobra ... Não sabem que como disse o escritor: “O essencial é invisível aos olhos.”
Hoje, pude ver lágrimas brotando de poços rasos, como também pude beber aquelas que brotavam de poços profundíssimos, aqueles poços antigos, mas que guardam as águas claras e saborosas, aquelas que matam sedes.
Agradeço a vocês alunos e avós que estiveram conosco nesse dia singular.
Helena Caldas
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