Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco...
E, meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...
Não é andar de cotovelos rotos,
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei...
O mundo é um lodaçal perdido cujo sol (quem mo dera) é o dinheiro...
Minha desgraça, ó cândida donzela,
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que meu peito assim blasfema,
É ter por escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.
Alvares de Azevedo
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br
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