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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Figuras de construção ou de sintaxe - revisão 3o. período

Oi, Turminha!
Material para estudo.


As figuras de construção ou de sintaxe são os desvios que se evidenciam na construção normal do período. Ocorrem na concordância, na ordem de construção e na construção dos termos da oração.


Elas podem ser construídas por:
            a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
            b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
            c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
            d) ruptura: anacoluto;
            e) concordância ideológica: silepse.

Vejamos no momento seis tipos:

·                    Assíndeto
            Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
           "Todo coberto de medo, juro, minto, afirmo, assino." (Cecília Meireles)
               
                 Polissíndeto
            Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.

"... e planta, e colhe, e mata , e vive, e morre..."  (Clarice Lispector)

                 Elipse
            Ocorre elipse quando se omitem  termos  facilmente identificáveis pelo contexto. Pode ocorrer a supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
 "  Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor." (= Eu estava à toa na vida)

(Chico Buarque de Holanda)

                    Zeugma
            Ocorre zeugma quando se omitem termos já expressos no texto, ficando subentendida sua repetição.
 "O meu pai era paulista      (= Meu avô era pernambucano/ O meu bisavô era mineiro/ Meu tataravô era baiano).
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano."

Pleonasmo
            Ocorre pleonasmo quando há repetição de uma  ideia, a sua finalidade é enfatizar a mensagem.

            a) Pleonasmo literário
É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.

 "Choramos um choro sentido." ( Repetição de ideia)
"Este erro, jamais o cometerei. (Repetição de função sintática)

                  b) Pleonasmo vicioso
É o uso de palavras ou expressões redundantes e desnecessárias:
                    
            subir para cima                 entrar para dentro
            repetir de novo                  ouvir com os ouvidos
            hemorragia de sangue       monopólio exclusivo
            breve alocução                  principal protagonista

                     Anáfora
            Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
                    
            "Depois o areal extenso...
            Depois o oceano de pó...
            Depois no horizonte imenso
            Desertos... desertos só..."
                                        (Castro Alves)

Exercícios

Identifique as figuras abaixo utilizando os seguintes códigos:

1. Elipse
2. zeugma
3. pleonasmo
4. assíndeto
5. polissíndeto 
6. anáfora

a) (     ) "E zumbia, e voava, e voava, e zumbia." ( Machado de Assis)

b) (      )"Homens que metem a carga nos porões!
              Homens que enrolam cabos no convés!
              Homens que limpam os metais das escotilhas!
              Homens dos mastros!!" (Álvaro de Campos) 

c) (      ) "A multidão sacerdotal bradava, uivava, cantava, arrojava-se pelo chão." (Eça de Queirós)

d) (      ) "Ele sempre viveu uma vida simples." 
e) (      ) " Um trouxe cigarros, outro apenas seu pulmão."
f)  (      ) "  Sou a presa do homem que fui há vinte anos passados,
                  dos amores raros que tive." ( Murilo Mendes)


Gabarito

A. 5, B. 6, C. 4, D.3, E. 2, F. 1
  
Fonte : Gramática Completa para Concursos e Vestibulares.Nílson Teixeira de Almeida

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