De acordo com o tema principal, os romances românticos brasileiros podem ser classificados como indianistas, históricos, urbanos ou regionalistas.
Considerado autêntico representante da nacionalidade do país, o indígena foi a principal figura do romance indianista. Sua inocência, sua força física, e seu valor moral foram ressaltados com alta carga de idealização, na tentativa de torná-lo equivalente aos heróis da tradição do medievalismo europeu. Paralelamente a essa idealização, os romances registraram seus costumes e sua linguagem, tornando-se por isso documentos da cultura desses povos. Destacam-se, dentre as obras indianistas, Iracema, O guarani, e Ubirajara de José de Alencar.
José de Alencar foi também o principal autor do romance histórico, gênero que procurava reinterpretar fatos e personagens do passado brasileiro. As minas de prata e A guerra dos mascates estão entre as principais narrativas.
O romance urbano desenvolveu temas ligados à vida nas cidades, sobretudo no Rio de janeiro. Tratava especialmente das particularidades do cotidiano da burguesia indissociável da elite rural. Em algumas das obras, debates sobre casamento por interesse, dependência feminina ou ascensão social a qualquer preço propiciavam a crítica social. Os romances urbanos mais conhecidos são A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antonio de Almeida, Lucíola e Senhora, de José de Alencar.
O romance regionalista constituiu-se como novidade, pois não havia um modelo para elaborar esse tipo de narrativa. Os romancistas representavam e valorizavam as diferenças étnicas, lingüísticas e culturais que marcavam as várias regiões do território nacional e, com isso, construíam um vasto panorama do Brasil. Por serem vividas longe dos centros urbanos, altamente influenciados pelo permanente contato com a Europa, essas histórias mostravam as peculiaridades do povo, seus valores, sua existência determinadas pela condição do espaço físico. São exemplos de romances regionalistas as obras O sertanejo e O gaúcho, de José de Alencar, Inocência de Visconde de Taunay, A escrava Isaura de Bernardo Guimarães.
Alencar indianista: os fundadores da nação
Peri, a primeira personagem indígena do autor a conquistar o interesse do público, protagoniza o romance O guarani (1857). A narrativa gira em torno do envolvimento desse índio goitacá em uma luta entre indígenas e brancos, após a morte acidental de uma jovem aimoré, causada por um jovem português. O indígena luta para defender da vingança dos aimorés a família recém- estabelecida na terra. Totalmente devotado á Cecília (Ceci), filha do fidalgo dom Antônio de Mariz, Peri recebe deste a incumbência de cuidar da moça para que sobreviva.
Iracema (1865), segundo romance de Alencar, conta a história de uma jovem tabajara que deveria permanecer virgem para cumprir seu papel de sacerdotisa. Ao se apaixonar pelo colonizador Martim, entrega-se a ele e por isso passa a ser considerada traidora da tribo. Sua breve vida será marcada pela tristeza, e o nascimento de seu filho Moacir determinará a sua morte. O sofrimento de Iracema é o seu sacrifício para tornar possível o nascimento do povo mestiço do Brasil.
Ubirajara (1874) narra as provas vividas pelo herói indígena, que dá nome ao romance, para liderar a união de inimigos em uma única nação fortalecida.
A trilogia indianista de José de Alencar traz em ordem invertida as três etapas da relação indígena com o colonizador: O guarani trata do processo de povoamento português; Iracema da chegada dos primeiros brancos e da miscigenação; Ubirajara, da convivência das nações indígenas quando os brancos ainda estavam distantes.
Heróis brasileiros
José de Alencar tratou a cultura indígena como marca da nacionalidade e, por isso, seus representantes são típicos heróis, mas em nenhum momento superam o branco colonizador. Ambos se equivalem em honra e coragem para que seus descendentes, frutos da miscigenação, possam justificar o orgulho patriótico. O perfil idealizado das personagens indígenas se apóia, de um lado, em traços positivos dos europeus e, de outro, na grandiosidade da natureza local, com a qual se comparam os aspectos físicos das personagens.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asas da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era mais doce que seu sorriso, nem a baunilha rescendia no bosque como se hálito perfumado. Era mais rápida que a ema selvagem.
ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004. P. 19
É importante destacar aqui a abordagem etnocêntrica - Etnocentrismo significa colocar uma etnia ou uma raça como o centro de tudo -, já que a valorização do povo nativa não ocorreu por suas qualidades próprias, mas por aquilo que os fazia parecidos com o que o europeu considerava bom e belo.
Alencar histórico: a recriação do passado
Essa classificação cabe ao conjunto de narrativas que trataram das riquezas da terra brasileira, da sua posse definitiva e do alargamento de suas fronteiras. São os romances que relatam episódios históricos desde o início da conquista do país, seu objetivo era mostrar a origem do povo brasileiro.
As minas de prata (1862) mostra o Brasil na época, como colônia de Portugal. Anos em que havia grande interesse europeu em terras brasileiras para a exploração do pau-brasil, madeira que existia com relativa abundância em largas faixas da costa brasileira.
Neste período, o Brasil, vivia sob constantes ameaças holandesas, espanholas e da Companhia de Jesus. É neste meio que estão as minas de prata, que assim, dá origem à história de José de Alencar, narrada em terceira pessoa. Sugere uma crítica à cobiça dos bandeirantes e aos atos dos religiosos da Companhia de Jesus.
Alencar regional: recortes do Brasil
Nesse tipo de romance, focalizam – se fauna, flora e figuras masculinas das áreas distantes dos centros mais desenvolvidos. Aparecem em cena, os sertanejos os gaúchos, os interioranos reproduzindo costumes típicos e folclóricos dessas regiões.
O tronco do ipê e Til, considerados romances sociais, patenteiam também a corrente regionalista de Alencar. Com Til, retrata os costumes dos ambientes paulistas nas grandes épocas do café. Com O tronco do ipê, apresenta o panorama das fazendas do Rio de Janeiro.
Alencar urbano: análise de costumes
São romances de amor, que espelham a mentalidade romântica da época, capaz dos maiores sacrifícios para solidificar esse sentimento. Neles, o autor cria diversos perfis de mulheres, vivendo no trato íntimo da sociedade. A figura feminina emerge e recebe caracterização psicológica repleta de sutilezas e ambiguidades. Por isso é comum a alusão aos perfis de mulheres construídos por Alencar. Cinco minutos, A viuvinha, A pata da gazela, Sonhos d'ouro, Lucíola, Diva, Senhora e Encarnação.
Em Senhora, a protagonista Aurélia, subitamente enriquecida por uma herança do avô, “compra” o homem que ama , oferecendo- lhe um dote em dinheiro. Este a abandonara quando era pobre, por uma moça rica. E, agora, necessitado aceitará o contrato de casamento. Nesta passagem, perceba que a moça humilha Fernando seixas, o homem com quem acabara de casar, por ter aceitado a proposta.
— A riqueza que Deus me concedeu chegou tarde; nem ao menos permitiu-me o prazer da ilusão, que têm as mulheres enganadas. Quando a recebi, já conhecia o mundo e suas misérias; já sabia que a moça rica é um arranjo e não uma esposa; pois bem, disse eu, essa riqueza servirá para dar-me a única satisfação que ainda posso ter neste mundo. Mostrar a esse homem que não me soube compreender, que mulher o amava, e que alma perdeu. Entretanto ainda eu afagava uma esperança. Se ele recusa nobremente a proposta aviltante, eu irei lançar-me a seus pés. Suplicar-lhe-ei que aceite a minha riqueza, que a dissipe se quiser; consinta-me que eu o ame. Essa última consolação, o senhor a arrebatou. Que me restava? Outrora atava-se o cadáver ao homicida, para expiação da culpa; o senhor matou-me o coração, era justo que o prendesse ao despojo de sua vítima. Mas não desespere, o suplício não pode ser longo: este constante martírio a que estamos condenados acabará por extinguir-me o último alento; o senhor ficará livre e rico.
ALENCAR, José de. Senhora. São Paulo: Scipione, 1994. P.87
Perceba que Amélia em sua concepção romântica está magoada, pois acredita no amor único e verdadeiro; neste momento, porém, alimenta sua vingança, o que parece lhe dar vigor e autoridade. Mas Amélia não é uma “feminista” nem deseja abrir mão do destino da mulher, de sua época, que era casar e ter filhos. No romance urbano, o orgulho, a inveja, o amor ferido revelam uma crítica aos valores burgueses.
Tal tendência poderia ter levado o romance urbano de Alencar em direção ao Realismo. Seus enredos e as convicções de suas personagens, no entanto, continuam românticos.
É importante lembrar que os romances urbanos de Alencar exercem papel de documentos críticos aos valores da época. São crônicas de costumes do Rio de janeiro imperial, pois descrevem a vida burguesa na corte.
Joaquim Manoel de Macedo pode ser considerado o primeiro romancista brasileiro. Em 1844, mesmo ano em que se formou em medicina, lança sua primeira e mais célebre obra: A moreninha.
O autor escreveu 17 romances, todos seguindo a mesma fórmula bem-sucedida da obra de estreia: narrativas leves, envolventes, cheias de diálogos e com final surpreendente.
A história de A Moreninha gira em torno de uma aposta feita por quatro estudantes de Medicina da cidade do Rio de Janeiro do fim da primeira metade do século XIX. Um deles, Augusto, é tido pelos amigos como namorador inconstante. Ele próprio garante aos colegas ser incapaz de amar uma mulher por mais de três dias. Um de seus amigos, Filipe, o convida juntamente com mais dois companheiros, Fabrício e Leopoldo, a passarem o fim de semana em uma ilha, na casa de sua avó, D. Ana. Ali também estarão duas primas e a irmã de Filipe, Carolina, mais conhecida como "Moreninha". Por causa da fama de namorador do colega, Filipe propõe-lhe um desafio: se a partir daquele final de semana Augusto se envolver sentimentalmente com alguma (e só uma!) mulher por no mínimo 15 dias, deverá escrever um romance no qual contará a história de seu primeiro amor duradouro. Apesar de Augusto garantir que não correrá esse risco, no final do livro ele está de casamento marcado com Carolina e o romance que deveria escrever já está pronto. Nas linhas finais da obra, o próprio Augusto nos informa seu título: "A Moreninha".
A moreninha e os demais romances de Macedo apresentam protagonistas moralmente virtuosos, que se caracterizam pela pureza afetiva e que têm no casamento o objetivo redentor de sua vida, alcançado somente após um período de conflitos e provações . Esse sentimento exacerbado, tipicamente romântico, divide espaço com a crônica dos costumes da sociedade burguesa, embora não chegue a ressaltar as contradições e os conflitos desse meio social.
Manuel Antônio de Almeida: a malandragem em cena
Memórias de um sargento de milícias
O único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1852-53 foi o suficiente para consagrá-lo. A linguagem do romance tem um tom coloquial, mais próxima da linguagem jornalística, bem diferente do rebuscamento e da profusão de metáforas adotados no romance romântico.
Não há na obra de Manuel Antônio de Almeida idealização nem do protagonista nem da figura feminina. Retrata-se o homem comum, da classe média baixa do centro urbano, em contraste com o ambiente da burguesia abastada.
Em Memórias há a observação satírica e irônica das relações de interesses entre personagens. Algumas dessas nem sequer têm nome; sua designação restringe-se ao papel social que desempenham: o barbeiro, a parteira, etc.
Ao contrário do virtuoso herói romântico, Leonardo, protagonista de Memórias, pode ser considerado um pícaro, isto é, uma espécie de malandro, que transita entre pólos morais e sociais, como a lei da contravenção, a ordem e a desordem, a justiça e a velhacaria, deixando- se levar pelas circunstâncias, sem seguir nenhuma conduta rígida.
Assistimos a um anti-herói moderno, mais próximo do homem comum constituído de virtudes e defeitos. Além disso, o romance introduz na literatura brasileira uma figura brasileira que será tão cara posteriormente ao imaginário nacional: o malandro.
Taunay: observação apurada
Inocência pode ser considerada a obra-prima do romance regionalista (Sertão do Mato Grosso) do nosso Romantismo. Seu autor, Visconde de Taunay, soube unir ao seu conhecimento prático do país, adquirindo em inúmeras viagens na condição de militar, o seu agudo senso de observação da natureza e da vida social do Sertão brasileiro.
A qualidade de Inocência (1872) resulta do equilíbrio alcançado entre os aspectos ligados ao conceito de verossimilhança – que muitas vezes chegava a comprometer a qualidade de obras regionalistas –, como a tensão entre ficção e realidade, a linguagem culta e a linguagem regional e a adequação dos valores românticos à realidade bruta do nosso Sertão.
Bernardo Guimarães: desafio aos tabus da época
Nenhum autor expressou tão amplamente a tendência sertanista como Bernardo Guimarães. Vivendo, alguns anos, no interior (oeste de Minas e sul de Goiás), conheceu-o bem, descrevendo-o com certa minúcia e com um estilo mais ou menos trivial, pontilhado por algumas falas pitorescas da região.
A exemplo dos demais ficcionistas de temática rural, suas narrativas variam entre um modesto realismo e o melodrama romântico mais inverossímil. Quando a primeira tendência domina, ele escreve um romance aceitável, O seminarista; quando o folhetim impera, seus relatos tornam-se risíveis, caso de O garimpeiro e A escrava Isaura.
O Seminarista narra uma linda história de amor entre Margarida e Eugênio cuja família o coloca no seminário r intercepta a correspondência entre o casal. Acreditando ter sido esquecido pela amada, Eu gênio se ordena padre. Tragicamente, a primeira missa rezada por ele em sua cidade natal é a do velório de Margarida., fato que o enlouquece.
A obra retrata a sociedade interiorana, sobretudo a força da igreja sobre os costumes desse meio, e tematiza o assunto tabu do celibato clerical. Predominam, no entanto, os lugares-comuns da literatura romântica, como o amor impossível entre heróis virtuosos, embora frágeis, e o sentimentalismo exacerbado, temas trabalhados num texto pretensioso, carregado de adjetivos.
A escrava Isaura é um dos livros cuja importância se situa fora da literatura, pela incrível recepção que obteve e por sua importância na luta abolicionista. Milhares de brasileiros se comoveram com as desventuras da escrava submetida à perfídia de seu dono e engrossaram o grupo dos que defendiam o fim da escravatura. Até porque Bernardo Guimarães soube impregnar de denúncia social o mais elementar uso dos arquétipos do Bem e do Mal, que sempre fascinam o grande público.
Recordando
Principais escritores românticos brasileiros
Gonçalves Dias
Principal poeta romântico e uns dos melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da famosa Canção do Exílio, da nem tão famosa mas muito melhor I-Juca-Pirama e de muitos outros poemas.
I-Juca-Pirama – parte VIII
"Tu choraste em presença da morte?
Na presença de estranhos choraste?
Não descende o cobarde do forte;
Pois choraste, meu filho não és!
Possas tu, descendente maldito
De uma tribo de nobres guerreiros,
Implorando cruéis forasteiros,
Seres presa de vis Aimorés.
"Possas tu, isolado na terra,
Sem arrimo e sem pátria vagando,
Rejeitado da morte na guerra,
Rejeitado dos homens na paz,
Ser das gentes o espectro execrado;
Não encontres amor nas mulheres,
Teus amigos, se amigos tiveres,
Tenham alma inconstante e falaz!
"Não encontres doçura no dia,
Nem as cores da aurora te ameiguem,
E entre as larvas da noite sombria
Nunca possas descanso gozar:
Não encontres um tronco, uma pedra,
Posta ao sol, posta às chuvas e aos ventos,
Padecendo os maiores tormentos,
Onde possas a fronte pousar.
"Que a teus passos a relva se torre;
Murchem prados, a flor desfaleça,
E o regato que límpido corre,
Mais te acenda o vesano furor;
Suas águas depressa se tornem,
Ao contacto dos lábios sedentos,
Lago impuro de vermes nojentos,
Donde fujas com asco e terror!
"Sempre o céu, como um teto incendido,
Creste e punja teus membros malditos
E oceano de pó denegrido
Seja a terra ao ignavo tupi!
Miserável, faminto, sedento,
Manitôs lhe não falem nos sonhos,
E do horror os espectros medonhos
Traga sempre o cobarde após si.
"Um amigo não tenhas piedoso
Que o teu corpo na terra embalsame,
Pondo em vaso d’argila cuidoso
Arco e frecha e tacape a teus pés!
Sê maldito, e sozinho na terra;
Pois que a tanta vileza chegaste,
Que em presença da morte choraste,
Tu, cobarde, meu filho não és."
Álvares de Azevedo
O maior romântico da Segunda Geração Romântica; autor de A Lira dos Vinte Anos- único livro de poemas- , Noite na Taverna e Macário.
Quando dei acordo de mim estava num lugar escuro: as estrelas passavam seus raios brancos entre as vidraças de um templo. As luzes de quatro círios batiam num caixão entreaberto. Abri-o: era o de uma moça. Aquele branco da mortalha, as grinaldas da morte na fronte dela, naquela tez lívida e embaçada, o vidrento dos olhos mal apertados... Era uma defunta! ... e aqueles traços todos me lembraram uma idéia perdida. . —Era o anjo do cemitério? Cerrei as portas da igreja, que, ignoro por que, eu achara abertas. Tomei o cadáver nos meus braços para fora do caixão. Pesava como chumbo.
Tomei-a no colo. Preguei-lhe mil beijos nos lábios. Ela era bela assim: rasguei-lhe o sudário, despi-lhe o véu e a capela como o noivo as despe a noiva. Era uma forma puríssima. Meus sonhos nunca me tinham evocado uma estatua tão perfeita. Era mesmo uma estátua: tão branca era ela. A luz dos tocheiros dava-lhe aquela palidez de âmbar que lustra os mármores antigos.
AZEVEDO, Álvares de. Noite na Taverna. 2 ed. São paulo: Nova Alexandria, 1997. P. 23-24
Castro Alves
Grande representante da Geração Condoeira, escreveu, principalmente, poesias abolicionistas como o Navio Negreiro.
Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?...
ALVES, Castro.Vozes d'África. Poesia
Joaquim Manuel de Macedo, romancista urbano escreveu A Moreninha e também O Moço Loiro.
José de Alencar, principal romancista romântico. Romances urbanos: Lucíola; A Viuvinha; Cinco Minutos; Senhora. Romances regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê. Romances históricos: A Guerra dos Mascates; As Minas de Prata. Romances indianistas: O Guarani, Iracema e o Ubirajara.
Manuel Antônio de Almeida
Romancista urbano, precursor do Realismo. Obras: Memórias de um Sargento de Milícias.
Bernardo Guimarães
Considerado fundador do regionalismo. Obras: A Escrava Isaura; "O Seminarista"
Visconde de Taunay
Regionalista
Obra mais importante: Inocência.
Bibliografia
Manual de Literatura Brasileira (Sergius Gonzaga, Mercado Aberto, cap. III, págs. 37-82, 1985, Porto Alegre)
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar.Português: Linguagens,São Paulo, Atual Editora, 2003, cap. XVI.
Exercícios - Romantismo
01. "Quantas coisas (...) brotam ainda hoje, modas, bailes, livros, painéis, primores de toda casta, que amanhã já são pó ou cisco? Em um tempo em que não mais se pode ler, pois o ímpeto da vida mal consente folhear o livro, que à noite deixou de ser novidade e caiu na voga; no meio desse turbilhão que nos arrasta, que vinha fazer uma obra séria e refletida? Perca pois a crítica esse costume em que está de exigir, em cada romance que lhe dão, um poema."
As proposições anteriores, de José de Alencar, fazem alusão a um problema característico do movimento romântico. Aponte-o:
A. o movimento romântico, afeito ao lirismo e á sentimentalidade, busca realizar uma prosa fundamentalmente impregnada de valores poéticos
B. o autor preocupa-se com satisfazer o gosto de um público pouco exigente no que diz respeito a obras de acabamento literário mais sofisticado
C. tendo em vista a caracterização da sociedade burguesa, o romance deve conter preferencialmente ação, que seja o retrato dos agitados tempos modernos
D. o autor, já que se reconhece gênio, e pelo público, é aceito como tal e deve nortear as multidões que o lêem com sua palavra sábia e simples
O texto seguinte refere-se às questões 2 e 3.
"O problema da nacionalidade literária foi colocado, dentro da atmosfera do Romantismo, em termos essencialmente políticos. Misturadas literatura e política, a autonomia política transferia-se para literatura, e confundiram-se independência política e independência literária."
02. Segundo o texto, para os românticos:
A. a autonomia política e a autonomia literária foram duas faces de um mesmo processo de emancipação
B. autonomia política e autonomia literária mantiveram entre si uma relação de causa e efeito
C. a autonomia literária sempre se seguiu à emancipação política
D. emancipação política e emancipação literária foram processos que se concretizaram independentemente um do outro
03. Segundo o texto:
A.Romantismo foi uma escola literária de atmosfera essencialmente política
B.no Romantismo, literatura e política interpenetram-se e exercem influência mútua, numa interdependência dialética
C.pode-se dizer que a política usou a literatura em suas campanhas, mas o inverso não é válido, pois a literatura não se valeu da política
D.independência política e independência literária são fenômenos distintos, que só se misturam em conseqüência de um erro de interpretação
04. A proposta de divisão dos romances alencarianos baseia-se num critério:
A.cronológico
B.temático
C.estilístico
D.geográfico
05. Assinale o poema de Gonçalves Dias que não apresenta a temática indianista:
A. Ainda uma vez - Adeus
B. I-Juca Pirama
C. Marabá
D. Leito de Folhas Verdes
06. O lirismo social da poesia de Castro Alves:
A. tematiza a liberdade dentro, principalmente, de um enfoque individualista
B. tematiza a liberdade exclusivamente referenciada ao negro escravizado
C. tematiza a liberdade tanto com um enfoque individualista como coletivo; e, em especial, referenciada ao negro escravizado
D. tematizava a liberdade de modo geral, e apenas acidentalmente referenciada ao negro escravizado
07. Qual a alternativa que apresenta grupos de classificação dos romances alencarianos?
A. urbanos, indianistas, históricos e regionalistas
B. urbanos, indianistas, históricos e psicológicos
C. urbanos, indianistas, psicológicos e satíricos
D. urbanos, históricos, psicológicos e trágicos
08. Assinale a alternativa falsa. O Romantismo:
A. procura o elemento nacional
B. propõe ruptura com o passado
C. foi introduzido no Brasil por Gonçalves de Magalhães é a valorização do que é "nosso"
UM ÍNDIO
"um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
de uma estrela que virá numa velocidade estonteante
e pousará no coração do hemisfério sul na américa
num claro instante
(...)
virá
impávido que nem muhammad ali
virá que eu vi
apaixonadamente como peri
virá que eu vi
tranqüilo e infalível como bruce lee
virá que eu vi
o aché do afoxé filhos de ghandi virá"
(Caetano Veloso)
09. O trecho anterior mostra, com uma visão contemporânea, determinado tipo de tratamento dado ao índio brasileiro em certo período de nossa literatura. Assinale a alternativa em que aparecem os nomes de dois autores que manifestaram tal tendência.
A.Gonçalves de Magalhães e Álvares de Azevedo
B. Castro Alves e Tobias Barreto
C. Fagundes Varella e Visconde de Taunay
D. Gonçalves Dias e José de Alencar.
1O. Machado de Assis representa a transição entre:
A. Arcadismo e Romantismo
B. Barroco e Romantismo
C. Romantismo e Realismo
D. Parnasianismo e Simbolismo
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