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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Um pouquinho de Álvares de Azevedo

Por que mentias?

Por que mentias, leviana e bela,


Se minha face pálida sentias

Queimada pela febre?... e minha vida

Tu vias desmaiar... por que mentias?


Acordei da ilusão! a sós morrendo

Sinto na mocidade as agonias.

Por tua causa desespero e morro...

Leviana sem dó, por que mentias?


Sabe Deus se te amei! sabem as noites

Essa dor que alentei, que tu nutrias!

Sabe este pobre coração que treme

Que a esperança perdeu porque mentias!


Vê minha palidez: a febre lenta...

Este fogo das pálpebras sombrias...

Pousa a mão no meu peito... Eu morro! eu morro!

Leviana sem dó, por que mentias?



Fonte: www.bibvirt.futuro.usp.br

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