I -Juca - Pirama - fragmento

"Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.

Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi. "

(Gonçalves Dias)

Você precisa conhecer esse poema épico, um dos mais lindos que já li.Ele narra a estória de um jovem tupi que cai prisioneiro dos Tibiras,os quais se preparam para devorá-lo num ritual antropofágico, mas no momento de ser morto,o prisioneiro chora. Então, os Timbiras recusam-se a comê-lo por considerá-lo um covarde. Deconhecem, no entanto, que o jovem tupi chora porque lembra que a sua morte deixará o seu velho pai desamparado.
Libertado,o índio retorna ao pai,que,ao saber que seu filho rompera o ritual da morte,leva-o de volta aos timbiras e exige que o filho seja morto como um valente;entertanto,o Timbira recusa-se a fazê-lo,porque ele chorara na presença da morte.
No fim do poema,o prisioneiro tupí demonstra sua valentia verdadeira,enfrentando,sozinho,toda a taba dos timbiras.