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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Cortiço - Nem tão diferente assim






A editora Ática lançou a coleção “Clássicos Brasileiros em HQ”. A publicação mais esperada da coleção foi O Cortiço - clássico naturalista de Aluísio de Azevedo, adaptação de Ivan Jaf (roteiro) e Rodrigo Rosa (arte).

O texto é fantástico porque a sua adaptação resgatou a essência do texto primário -  O Brasil nas décadas de 1870 e 1880 e seus habitantes - gente brasileira ou a abrasileirar-se. De uma lado, gente humilde sem direitos básicos. De outro, a burguesia - um Brasil que queria se parecer com a Europa.    As oitenta páginas da HQ trazem os principais acontecimentos do livro sintetizados de maneira correta e coerente, numa linguagem acessível a jovens leitores.

O mais encantador neste livro é a narrativa visual que ficou por conta de Rodrigo Rosa. Seus   traços detalhistas  produzem nos leitores as mais variadas percepções: alumbramentos, comoções, impactos. O ponto alto é o quadrinho que traz a morte de Bertoleza - numa imagem inefável.

É possível perceber também que O Cortiço em HQ soube equilibrar todas as cenas de erotismo, explícitas no original, na HQ aparecem apenas sugeridas - o lesbianismo entre Léonie e Pombinha, o adultério da esposa de Miranda, a traição de Leocádia, os encontros de Rita Baiana e Jerônimo.

A edição da Ática traz ainda um bônus com a biografia dos autores, curiosidades históricas sobre os costumes da época , segredos da adaptação -making of, e suplemento de atividades.

Como vimos, O Cortiço é uma HQ excelente que precisa ser apreciada  porque é um presente para quem já leu ou não o clássico. 

O livro O Cortiço " Clássicos Brasileiros em HQ" deve ser lido porque comove diverte e encanta seus leitores.

Título: O CORTIÇO (Ática) - Edição especial
Autores: Ivan Jaf (roteiro) e Rodrigo Rosa (arte), adaptando a obra de Aluísio de Azevedo.
Número de páginas: 80
Quanto: R$ 26,90
Data de publicação: Setembro de 2009
Avaliação: excelente


Helena Caldas

2 comentários:

  1. Gostei muito do seu comentário. Vejo, ainda, algum preconceito em torno das adaptações. Não vejo assim. É claro que as versões originais são mais ricas, mas o que não tira a beleza das H.Qs.

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    1. HQ é tudo de bom. Quando a gente quer que um aluno leia um clássico e oferece um HQ, a gente se surpreende com o resultado. E se o aluno gostar do texto, com certeza, vai querer ler o original.

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