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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O novo sempre vem


Não quero lhe falar,

Meu grande amor,

Das coisas que aprendi

Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi

E tudo o que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar

Eu sei que o amor

É uma coisa boa

Mas também sei

Que qualquer canto

É menor do que a vidaDe qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem

Há perigo na esquina

Eles venceram e o sinal

Está fechado prá nós

Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão

E beijar sua menina na rua

É que se fez o seu braço,

O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta

Pela minha paixão

Digo que estou encantada

Como uma nova invenção

Eu vou ficar nesta cidade

Não vou voltar pro sertão

Pois vejo vir vindo no vento

Cheiro de nova estação

Eu sei de tudo na ferida viva

Do meu coração...
Já faz tempo

Eu vi você na rua

Cabelo ao vento

Gente jovem reunida

Na parede da memória

Essa lembrança

É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber

Que apesar de termos

Feito tudo o que fizemos

Ainda somos os mesmos

E vivemosAinda somos os mesmos

E vivemos

Como os nossos pais...
Nossos ídolos

Ainda são os mesmos

E as aparências

Não enganam não

Você diz que depois deles

Não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer

Que eu tô por fora

Ou entãoQue eu tô inventando...
Mas é você

Que ama o passado

E que não vê

É você

Que ama o passado

E que não vêQue o novo sempre vem...
Hoje eu sei

Que quem me deu a idéia

De uma nova consciência

E juventude

Tá em casaGuardado por Deus

Contando vil metal...
Minha dor é perceber

Que apesar de termos

Feito tudo, tudo,

Tudo o que fizemos

Nós ainda somos

Os mesmos e vivemos

Ainda somos

Os mesmos e vivemos

Ainda somos

Os mesmos e vivemos

Como os nossos pais...

Belchior

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