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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ne me qitte pas



Não me deixes,

É preciso esquecer,

Tudo se pode esquecer

Que já para trás ficou.

Esquecer o tempo dos mal-entendidos

E o tempo perdido a querer saber como

Esquecer essas horas,

Que às vezes mata,

A golpes de porque, o coração de felicidade.

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes.

Te oferecerei

Pérolas de chuva

Vindas de países

Onde nunca chove;

[...]

Criarei um país

Onde o amor será rei,

Onde o amor será lei

E você a rainha.

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes.

Não me deixes

Te Inventarei

Palavras absurdas

Que você compreenderá;

Te falarei

Daqueles amantes

Que viram de novo

Seus corações ateados;

Te contareiA história daquele rei,

Que morreu por não ter

Podido te conhecer.

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes.

Quantas vezes não se reacendeu o fogo

Do antigo vulcão

Que julgávamos muito velho

Até há quem fale

De terras queimadas

A produzir mais trigo;

Que a melhor primavera

E quando a tarde cai,

Para que o céu se inflame.

O vermelho e o negro

Não se misturam

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes,Não me deixes.

Não vou mais chorar,

Não vou mais falar,

Escondo-me aqui

Para te ver

Dançar e sorrir,

Para te ouvir

Cantar e rir.

Deixa-me ser a sombra da tua sombra,

A sombra da tua mão,

A sombra do teu cão.

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes,

Não me deixes.

Jacques Brel

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