Oi, Turminha,
Em 1o. de janeiro de 2016 entrou em vigor a obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa. O acordo, que visa padronizar a ortografia da língua portuguesa, foi assinado em 1990 entre Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente. O país só aderiu ao acordo em 2004, após tornar-se independente.
Veja abaixo algumas dicas para o emprego correto do hífen.
Compostas comuns
1. Usa-se hífen nas palavras compostas comuns, sem preposições, quando o primeiro elemento for substantivo, adjetivo, verbo ou numeral.
Amor-perfeito, boa-fé, guarda-noturno, guarda-chuva, criado-mudo, decreto-lei, terça-feira
substantivo adjetivo verbo numeral
Formas adjetivas como afro, luso, anglo, latino não se ligam por hífen:
afrodescendente, eurocêntrico, lusofobia, eurocomunista.
Mas com adjetivos pátrios (de identidade), usa-se o hífen:
afro-americano, latino-americano, indo-europeu, ítalo-brasileira, anglo-saxão.
Se a noção de composição desapareceu com o tempo, deve-se unir o composto sem hífen:
pontapé, madressilva, girassol, paraquedas,paraquedismo (perdida a noção do verbo parar);mandachuva (perdida a noção do verbo mandar).
Demais casos com para e manda usam hífen:
para-brisa, para-choque (sem acento no para); manda-tudo, manda-lua.
Compostos com elementos repetidos também levam hífen:
tico-tico, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
Compostos com apóstrofo também levam hífen:
cobra-d'água, mãe-d'água, mestre-d'armas.
Nomes geográficos antecedidos de grão, grã ou verbos
2. Usa-se o hífen em nomes geográficos compostos com grã e grão ou verbos de qualquer tipo. Grã-Bretanha, Grão-Pará,Passa-Quatro.
Demais nomes geográficos compostos não usam hífen:
América do Norte, Belo Horizonte, Cabo Verde.
(O nome Guiné-Bissau é uma exceção).
Espécies vegetais/ animais
3. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies vegetais e animais:
bem-te-vi, bem-me-quer, erva-de-cheiro,couve-flor ,erva-doce, feijão-verde, coco-da-baía, joão-de-barro, não-me-toques (planta). Se a palavra for usada em sentido figurado, não leva hífen: Ela está cheia de não me toques (melindres).
Mal
4. Usa-se hífen com mal antes de vogais ou h ou l. mal-afamado,
mal-estar, mal-acabado, mal-humorada, mal-limpo.
Escreva, porém: malcriado, malnascido,malvisto, malquerer,malpassado.
Escreva com hífen no feminino: má-língua, más-línguas.
Além, aquém, recém, bem, sem
5. Usa-se hífen com além, aquém, recém, bem e sem:
além-mar, aquém-oceano,recém-casado,recém-nascido,bem-estar, bem-vindo, sem-vergonha.
Quando o bem se aglutina com o segundo elemento, não se usa hífen:
benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto.
Locuções
6. Não se usa hífen nas locuções dos vários tipos -substantivas, adjetivas etc.:
à vontade, cão de guarda, café com leite, cor de vinho, fim de semana, fim de século, quem quer que seja, um disse me disse.
Certas grafias consagradas agora são exceções à regra.
água-de-colônia, arco-da-velha, pé-de-meia, mais-que-perfeito, cor-de-rosa, à queima-roupa, ao deus-dará.
Outras expressões/locuções que não usarão hífen:
bumba meu boi, tomara que caia, arco e flecha, tão somente, ponto e vírgula.
Escreva também sem hífen as locuções :
à toa (adjetivo ou advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio) e arco e flecha.
Encadeamentos de palavras
7. Os encadeamentos vocabulares levam hífen (e não mais traço).
Encadeamento vocabular é quando se emprega o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
A relação professor-aluno.
O trajeto Tóquio-São Paulo.
A ponte Rio-Niterói.
Um acordo Angola-Brasil.
Áustria-Hungria.
Alsácia-Lorena.
Hífen no fim da linha
8. Quando cai no fim da linha, o hífen deve ser repetido, por clareza, na linha abaixo.
Atravesso a ponte Rio-
-Niterói.
Couve-
-flor.
Disponível em : http://educacao.uol.com.br/portugues/hifen-palavras-compostas.jhtm
BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008.
INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008.
GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.
Professora,
ResponderExcluirFaça a Revisão - Morfologia - As Classes Gramaticais || com as outras 5 classes gramaticais!
Por favor!