Tirei daqui
Era a hora dos passarinhos. E lhe fazia pensar no amor, sentimento esgarçado na rotina do cotidiano. Saíra havia pouco do trabalho com a sensação incômoda de que se tornava, dia após dia, mais eficiente. E menos ociosamente livre. Uniformizara os pássaros cantores de sua alma num avental de funcionários exemplar, obrigando-os a assinar ponto, fazer requerimentos, responder presente àquilo que se chamava luta pela vida e que era, afinal, o esforço medíocre de sobreviver.
(Ilka brunilde Laurinto. Parque de diversões - crônicas. São Paulo: Atual, 1998. p. 52)
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