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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Meu amado, Quintana

 

                                                          foto Liane Neves 

 POEMA DE CIRCUNSTÂNCIA


Onde estão os meus verdes?

Os meus azuis?

O arranha-céu comeu!

E ainda falam nos mastodontes, nos brontossauros,

nos tiranossauros,

Que mais sei eu...Os verdadeiros monstros, os Papões, são eles, os arranha céus!

Daqui

Do fundo

Das suas goelas

Só vemos o céu, estreitamente, através de suas empinadas

gargantas ressecas.Para que lhes serviu beberem tanta luz?!

Defronte

Á janela onde trabalho

Há uma grande árvore...

Mas já estão gestando um monstro de permeio!

Sim, uma grande árvore...Enquanto há verde,

Pastai, pastai, os olhos meus...

Uma grande árvore muito verde...Ah,

Todos os meus olhares são de adeus

Como um último olhar de um condenado!

(Mario Quintana)

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