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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Epitáfios




“Sai, afastando-me dos grupos, e fingido ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.”


(Machado de Assis - Quincas Borba - M. de Assis)

domingo, 21 de novembro de 2010

Gabarito Upe- seriado 1a. Fase 2011 - Português

 Oi, turminha!


Já saiu o gabarito, companhe-o abaixo:

1. C

2. D

3. A

4. B

5. E

6. I. 2 E 4

II. O, 1 e 3

O gabarito da segunda fase saíra à 19h 30 min
Beijo!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Duas palavras: é lamentável

 

Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Renato Russo

Turminha das 8as. - 9os. anos

A dica para o AD1 -3 é estudar:

crase
regência nominal
regência verbal
orações subordinadas adverbiais
Beijo!

Turminha das 7as. 8o.s anos

Para o Ad1- 3 a dica é estudar :

aposto - tipos
vocativo
aposto X vocativo
adjunto adnominal
adjunto adverbial
predicativo
verbo e suas flexões
Não se esqueça de treinar a formação do modo imperativo afirmativo e negativo
Beijo.

Turminha do 2o. ano

Queridos, perdão pela demora. Abaixo ponho o gabarito referente à ficha 10. Até  sábado.
1.      E
2.      C
3.      D
4.      E
5.      D
6.      C
7.      A
8.      E
9.      B

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Prova do Enem =)


Essa é a Prova AZUL do ENEM, realizada no domingo, dia 7 de novembro

Recadinho ...


O poeta falou “É preciso amar como se não houvesse amanhã...” Nós professores, longe disso, amamos cientes de que há um amanhã e, vocês, nossos meninos e meninas, precisam estar preparados para competir e vencer quando necessário. Entendo que para isso, muitas vezes, insistimos mais com aqueles menos atentos.
Ah, queridos, falta tão pouco! O nosso desejo é que vocês vençam mais essa etapa acadêmica, estaremos ao seu lado para tudo o que for preciso. Não esqueça, você é a peça mais importante desse jogo. Estude, dedique-se, doe seu tempo aos estudos, faça o melhor... E, certamente, você será, mais uma vez, aprovado!

Beijo!

Profa Helena

"Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou"

Eclesiastes 3:1,2

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Nunca Conheci quem Tivesse Levado Porrada

                           http://www.artnet.com/magazine/features/waltzer/Images/waltzer11-9-1.jpg


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,

Para fora da possiblidade do soco;
Eu que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu que verifico que não tenho par nisto neste mundo.




Toda a gente que eu conheço e que fala comigo,

Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu um enxovalho,

Nunca foi senão princípe - todos eles princípes - na vida...




Quem me dera ouvir de alguém a voz humana,

Quem confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Quem contasse, não uma violência, mas uma cobardia!


Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?


Ó princípes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!


Onde há gente no mundo?

 
Então só eu que é vil e erróneo nesta terra?



Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!


E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?


Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.





Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Autores do Realismo e Naturalismo

Dom Casmurro

Por Machado de Assis

Realismo. A história toda se passa no Rio de Janeiro do Segundo Império e conta a história de Bento e Capitolina, esta sendo descrita por José Dias, agregado da mãe de Bento, como tendo "olhos de cigana"; a infância, onde surge a paixão com Capitu, primeiro estranha e depois mais bem definida, a juventude de Bento no Seminário ao lado de Escobar, seu melhor amigo até a morte deste por afogamento, o casamento de Bentinho e Capitu, após a mãe deste cumprir a promessa de enviar um rapaz ao serviço da Igreja mandando um "enjeitadinho" ao seminário no lugar de Bento e a separação devido ao ciúme de Bentinho por Capitu com Escobar, mesmo depois deste morrer. Ele manda então a esposa e seu filho para a Europa por causa do ciúme, quase matando-os antes envenenados. Seu encontro com o filho, muitos anos mais tarde, é frio e distante, já que a todo o instante ele o compara com Escobar, seu melhor amigo que ele achava o ter traído e ser o pai do então já jovem estudante de Arqueologia, que falece, meses depois numa escavação no estrangeiro, sem jamais ver o pai novamente. Um romance psicológico, sob o ponto de vista de Bentinho, nunca se tem certeza de que Capitolina traiu-o ou não. A favor da tese da traição existe o fato que Bento sempre parece falar a verdade, as semelhanças achadas por Bento entre seu filho e Escobar e o fato que os outros descreviam Capitu como maliciosa quando esta era jovem. Contra a tese existe que Capitu reclamou de seu ciúme e nunca efetivamente fez muita coisa que desse motivo de suspeita, exceto uma vez em que manteve um segredo com Escobar, que era casado. Este humilde escritor acha que Bento não foi traído, mas isso é essencialmente pessoal.

Memórias Póstumas de Brás Cubas

Por Machado de Assis

Realismo. A história é narrada por Brás Cubas, um defunto autor que após narrar sua morte e funeral começa a contar a sua vida. Conta a infância, as travessuras, o primeiro namoro com Marcela (interesseira e bela, fica pobre e feia), um namoro com Eugênia (que acaba pobre) e mais tarde seu noivado com Virgília. Como Virgília casa com outro eles mais tarde se tornam amantes. O romance era ajudado por Dona Plácida (que também morre pobre) e acaba quando esta vai para o Norte com o marido. Conta então seu reencontro com o amigo Quincas Borba (primeiro na miséria, depois rico, depois miserável e louco), que lhe expõem sua filosofia, o Humanitismo. Cubas passa seguir o Humanitismo. Já deputado, não se reelege ou se torna ministro e funda um jornal de oposição baseado no Humanitismo. Mais velho se volta para a caridade e morre logo após criar um emplasto que curaria a hipocondria e lhe traria fama.

Quincas Borba

Por Machado de Assis

Realismo. Continuação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba conta a história do ex-professor primário Pedro Rubião de Alvarenga, que após cuidar do filósofo Quincas Borba até a morte, recebe dele toda a fortuna sob a condição de tomar conta do cachorro, que também tem o nome de Quincas Borba. Rubião muda-se então para o Rio. No caminho conhece o casal Sofia e Cristiano Palha. Apaixonado por Sofia e ingênuo, Rubião vai sendo explorado e aproveitado por todos os amigos, que lhe tomam dinheiro emprestado, lhe pedem favores, jantam em sua casa mesmo quando ele não está, etc. Vai envolvendo-se sem sucesso com a política e perdendo muito dinheiro com gastos exagerados e empréstimos. Cristiano e Sofia (que não corresponde o amor) vão se aproveitando dele muito mais, subtraindo-lhe a fortuna, saindo do estado original de dívidas para um de opulência no final. A medida que o tempo passa, a decadência material e o desespero de não ter correspondido seu amor leva Rubião a enlouquecer. Enquanto no começo travava "discussões" com Quincas Borba (o cão), depois começa a pensar ser Napoleão III e Sofia sua esposa Eugênia. Passa a nomear todos nobres e generais, ter visões, falar sozinho. Quando ao final é internado num manicômio, sua fortuna não é mais 1% do que antes fora. Ele foge do manicômio e volta para Barbacena, de onde saíra após enriquecer, levando apenas Quincas Borba. Enlouquecido e pobre, é recolhido pela comadre e morre louco, corando-se Napoleão III, repetindo incessantemente nos seus últimos dias a célebre frase "Ao vencedor, as batatas!" Narrado em terceira pessoa, cheio de ironia sofisticada, uma personagem feminina dissimulada, uma dúvida constante (Quincas Borba é o título por causa do cão ou do filósofo?), esta é uma das melhores e mais famosas obras de Machado de Assis.

Esaú e Jacó

Por Machado de Assis

Realismo. Contada como que por um autor que teve acesso ao Memorial do Conselheiro Aires, usa o volume último de seus cadernos. Começa contando a história de Natividade que, grávida de gêmeos em 1871, consulta uma vidente. Esta lhe diz que seus filhos, apesar de estarem brigando em seu ventre, terão grande futuro. Ao sair, de tão feliz, dá uma esmola grande a um mendigo ("para as almas", mas ele guarda o dinheiro). Desde quando nascem os jovens Pedro e Paulo tornam-se contrários. As disputas uterinas tornam-se políticas já que Paulo é republicano e Pedro monarquista, Pedro tornar-se-á advogado, Paulo médico. Eles estudam separados (Paulo em São Paulo, Pedro no Rio) e conhecem em 1888 a filha de um casal de políticos, Flora, pela qual se apaixonam. E ela corresponde o amor aos dois. Assim os irmãos desunidos unem-se e competem pelo amor de Flora. O Conselheiro Aires, amigo das duas famílias, trabalha junto com os pais dela para que ela escolha um ou nenhum, mas escolha. Assim transcorre o tempo com os irmãos discutindo a política desde a Abolição, passando pela Proclamação da República e a queda de Deodoro (os pais de Pedro e Paulo e os de Flora são políticos e nunca parecem saber quem estará no poder). A distância por vezes separa o trio, mas eles permanecem (des)unidos. Flora é cortejada por outras, incluindo Nóbrega, o mendigo de 1871 enriquecido mais tarde, mas ela rejeita a todos. Quando em 1892, durante o estado de sítio declarado por Floriano Peixoto, Flora morre, os irmãos se unem na dor e reconciliam-se. Um mês depois renasce a inimizade. Mais um ano e tornam-se deputados (em partidos opostos, logicamente). Quando a mãe morre, pede que ambos tornem-se amigos e eles juram que o farão. No ano seguinte são vistos sempre juntos na Câmara. No seguinte àquele, desentendem-se novamente. Uma maravilhosa mostra da capacidade de Machado de Assis, esta obra foge do maniqueísmo do esquema gêmeo bom - gêmeo mau, mantendo sempre o ponto de vista que, apesar das divergências ou por causa delas, Pedro e Paulo são dois lados da mesma moeda. É eficiente também em mostrar os anos de transição do Império para a República.


Memorial de Aires

Por Machado de Assis

Realismo. Escrito sob a forma do diário do aposentado Conselheiro Aires, diplomata aposentado que deixou a mulher morta em Bruxelas. Tudo se passa de 9 de Janeiro de 1888, aniversário da volta do diplomata de Bruxelas ao Brasil, até o fim de agosto do ano seguinte. Apesar de ter sido escrita por Aires e serem suas impressões que lemos (ele declara que queimará o diário quando o acabar, se não morrer antes), a história é sobre Fidélia e Tristão. Fidélia é uma viúva moça que ainda dedica ao marido, mesmo que só ao seu túmulo, dedicação. Aires aposta com Rita, sua irmã, que ela recasará um dia; talvez até com ele. Rita é "filha de empréstimo" do casal Aguiar e ainda muito triste pelo falecimento do marido e a situação familiar geral, á que o casamento foi como um Romeu e Julieta que não uniu as famílias, mas desuniu-as. Tristão é afilhado dos Aguiares e um tanto volúvel: indo a Lisboa para se tornar advogado, torna-se médico e político. Volta então ao Brasil para visitar seus padrinhos e "pais de empréstimo". Enquanto Aires vai narrando o cotidiano daquela situação, como que fora dela como estava Brás Cubas em suas Memórias Póstumas, morre o pai de Rita e ela finalmente se reconcilia com seu passado. Ela vai à fazenda paterna fazer os arranjos e volta mais tarde. A medida em que o tempo passa Tristão e Rita vão aproximando-se, até que ele se apaixona por ela, fato que confessa a Aires, que também a admirava, mesmo que nunca a dissesse e não fosse de modo apaixonado, como que apenas pela estética de o fazer. Quase chegando o tempo de voltar a Lisboa pelos fins de 1888, Tristão vai adiando a partida até que ele e Fidélia decidem se casar. Eles esperam a aprovação dos pais dele e depois até maio para o casamento em si. O casamento procede bem e deixa o casal Aguiar felicíssimo pela união dos "filhos" e pela permanência de Tristão que estava para partir. Alguns meses depois do casamento Fidélia e Tristão decidem viajar a Europa e tentam convencer o casal Aguiar a ir também, mas eles se negam. Eles recomendam ao Conselheiro que cuide do casal e, ao chegar a Lisboa, Tristão encontra-se eleito deputado (ele tinha se naturalizado português) e eles ficam, como era seu plano original; por isso aliás tentaram convencer o velho casal a acompanhá-los. O livro acaba com uma anotação sem data após 30/08/1889, com o casal Aguiar desolado pela partida dos "filhos". Contado todo sob a forma de um diário, com anotações com datas ao invés de capítulos, este livro foi o último escrito por Machado de Assis, e o foi para compensar a perda da esposa tem fortes tons autobiográficos. Entre os fatos importantes estão o fato de que Aires está se retirando de cena, assim como o autor que faleceu no ano da publicação do livro, encontra-se saudoso, é irônico, tem influência inglesa, perdeu a esposa, etc. Remete também ao primeiro romance maduro do autor, Memórias Póstumas de Brás Cubas, já que Aires encontra-se fora de cena (mas não tanto quanto Cubas) e livre para falar sem estar preso a convenções.

O Cortiço

Por Aluísio de Azevedo

Naturalismo. O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João Romão e Miranda, dois comerciantes, o primeiro o avarento dono do cortiço, que vive com uma escrava ao qual ele mente liberdade. Com o tempo sua inveja de Miranda, menos rico mas mais fino, com um casamento de fachada, leva-o a querer se casar com sua filha (e tornar-se Barão no futuro, tal qual Miranda se torna no meio da história). Isto faz com que ele se refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu antigo dono (ela se mata antes de perder a liberdade). A outra história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro um trabalhador português que é seduzido pela Baiana e vai se abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, parar de pagar a escola da filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. No pano de fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de Pombinha, Leocádia e Machona, assim como a do próprio cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem.

Casa de Pensão

Por Aluísio de Azevedo

Naturalismo. A história conta sobre Amâncio, um jovem preguiçoso e vil que chega ao Rio de Janeiro para "estudar", quando na verdade quer apenas festa. Filho de pai rígido e mãe bondosa, teve como primeiro professor um homem cruel. Sem muita intelectualidade, pena no estudo da Medicina. Primeiro mora na casa de Campos, cujo a mulher Hortênsia brinca de sedução. Depois muda-se para a casa de pensão João Coqueiro, onde este e sua mulher tramam um plano para que ele case com Amélia, sua irmã. Este plano sofre oposição de Lúcia, que quer o rapaz e sua riqueza para si. Lúcia é expulsa e Amélia e Amâncio tornam-se amantes. Os abusos de Coqueiro e seu séqüito, como a exigência de uma casa nova levam Amâncio a aborrecimentos e, meses depois da morte do pai com quem principiava a se reconciliar, tenta viajar de volta para o Maranhão. Impedido pela lei por uma acusação de ter estuprado Amélia é impedido de viajar, mas é inocentado. Campos, que ficara sempre a seu lado, volta-se contra ele após descobrir a sua paixão por Hortênsia. Após livre Amâncio vai a uma festa no Hotel Paris, onde João Coqueiro lhe mata pela manhã durante o sono. Depois do novo escândalo sua mãe chega sem saber de sua morte e o descobre vendo a exploração comercial feita do caso. Baseada em uma história real que escandalizou o Brasil no século XIX.

O Mulato

Por Aluísio de Azevedo
Naturalismo. A história é sobre o amor de Ana Rosa e seu primo Raimundo, impedido belas barreiras do preconceito racial contra Raimundo, que é mulato. Raimundo é rejeitado, ignorado e maltratado pela sociedade do Maranhão (onde a história se passa), mas ainda assim seu amor e o de Ana Rosa florescem. Após certo tempo Raimundo propõe a Manoel, seu tio e pai de Ana, que eles se casassem, mas este recusa apenas baseado no fato de que Raimundo é um mulato. Ante a esse fato Raimundo recua transtornado enquanto Ana, mesma com hesitações, tenta recuperá-lo, mesmo sem entender o motivo da separação no começo. Ele recobra os ânimos e eles decidem fugir, mas são pegos. Após uma discussão sobre o que fazer do futuro de Ana Rosa (um empregado de seu pai era seu noivo a contragosto dela), ela revela estar grávida de Raimundo.

Isso escandaliza a avó (extremamente preconceituosa e uma das maiores barreiras para este amor), estranha ao noivo e deixa o pai descrente dos fatos. O único que não se surpreende com a revelação é o cônego Diogo, confidente de Ana Rosa, amante da esposa do pai de Raimundo quando o casal era vivo, e executor do pai de Raimundo. Diogo é preconceituoso e manipulador; odeia Raimundo por este ser mulato e maçom. Quando era amante de Quitéria, esposa de José, pai de Raimundo, obrigou José a não revelar nada quando este esganou a esposa (preconceituosa, ela torturava escravos e negros forros como a mãe de Raimundo, Domingas) ao achá-la em adultério. Padrinho de Ana Rosa, ele exerce seu poder de influência muito habilidosamente e protege Dias, o noivo de Ana. Quando após o fatídico encontro eles se retiram, Diogo convence Dias a matar Raimundo e dá-lhe a arma do crime. Dias mata Raimundo relutantemente e o crime passa por todos na impressão geral de ter sido suicídio. Quando Ana descobre tem um aborto. Seis anos depois mostra-se o destino de várias personagens secundárias e o de Ana e sua família. A avó Maria Bárbara e o pai Manoel (que tinha o apelido de Pescada) morreram e ela e Dias aparecem casados e bem, com três filhos; ela comporta-se amorosamente com o marido, executor de seu antigo amado, que antes detestava. Ainda cheio de vícios românticos (maniqueísmo, herói e heroína perfeitos, vilões cruéis, supervalorização do amor, o mistério e o suspense comuns aos românticos), esta obra prevalece como naturalista pois a visão de mundo é naturalista, existe um forte Determinismo e o herói, assim como o autor, é positivista.

Luzia-Homem

Por Domingos Olímpio

Naturalismo. Luzia-Homem é um exemplo do Naturalismo regionalista. Passado no interior do Ceará, nos fins de 1878, durante uma grande seca, vai contando a história da retirante Luzia, mulher arredia, de grande força física (o apelido Luzia-Homem provém desta força que lhe permitia trabalhar melhor que homens fortes). Luzia trabalha na construção de uma prisão e é desejada pelo soldado Capriúna. Mas Luzia não se interessa por amores e mantém uma relação de amizade e ajuda mútua com Alexandre. Após Alexandre propor-lhe casamento (existe por toda a história a relutância de Luzia de admitir que gosta de Alexandre), este é preso por roubar o armazém do qual era guarda. Luzia passa visitar-lhe na prisão e sua amiga, a alegre Teresinha, para cuidar de sua mãe doente. Após um certo tempo, Luzia para de lhe visitar na prisão. Ao fim Teresinha descobre que Capriúna era o verdadeiro ladrão e uma das assistentes de Luzia (ela havia sido dispensada e depois voltara ao trabalho, mas como costureira) lhe falar que a testemunha contra Alexandre mentia, o culpado é preso. A família de Teresinha aparece (ela havia fugido de casa com um amante que morreu meses depois) e ela, humilhada fica subserviente a eles, especialmente ao pai que a rejeita. Luzia descobre isto e, depois de um interlúdio, convence-a a viajar com ela, migrando para o litoral. No caminho Capriúna se liberta e vai ataca Teresinha, a culpada de sua prisão. Encontrando Luzia, mata-a e acaba caindo de um desfiladeiro. Marcado pela fala característica dos personagens, Luzia-Homem mantém duas características clássicas do Naturalismo por toda obra: o cientificismo na linguagem do narrador e o determinismo (teoria de que o homem é definido pelo meio).

Bom-Crioulo

Por Adolfo Caminha

Bom-Crioulo é o apelido de Amaro, escravo fugido que se torna marinheiro. Ele desenvolve um relacionamento homossexual com Aleixo, jovem grumete. Eles arranjam um sótão para seus encontros na casa de Carolina, amiga de Amaro. Quando este é transferido, passam a se desencontrar e Carolina seduz Aleixo. Amaro, que estava hospitalizado, doente e fraco quando antes era forte, descobre que ele havia se tornado amante de Carolina e mata-o. Nem homófobo nem homófilo, este romance apresenta a imparcialidade naturalista típica. O relacionamento dos dois é retratado como outro qualquer e Aleixo é sempre descrito como "feminino", tornando-se "masculino" só após algum tempo como amante de Carolina.

O Ateneu

Por Raul Pompéia

Naturalismo/Realismo, com tendências Expressionistas e Impressionistas. Narrado em primeira pessoa, "O Ateneu" é narrado pelo personagem principal, Sérgio, já adulto. Não linearmente, ele mostra os dois anos em que viveu na escola, microcosmo que servia de metáfora para a Monarquia e a sociedade em geral, com os fortes dominando os fracos e um rei comandando, o diretor Aristarco neste caso. Narrados são episódios de suas amizades, seus colegas interferindo com ele, a tensão homossexual entre os alunos do internato, a falsidade de uns, a deformação de caráter de outros e a única pessoa que lhes ajudava no internato, Dona Ema, mulher de Aristarco. Quando a escola é incendiada no final da história por um aluno durante as férias, Ema foge. Sérgio presencia a cena pois estava convalescendo ainda na escola. Segundo críticos posteriores este final da história seria simbólico e representaria a vingança do autor de seu passado, já que a história tem caráter semi-autobiográfico.


REALISMO / NATURALISMO

REALISMO / NATURALISMO


Os termos "Realismo" e "Naturalismo" frequentemente se confundem e alguns autores falam, então, de "Realismo-Naturalismo". É um estilo que ocorre na segunda metade do século XIX: o marco inicial seria em 1881, com a publicação de "O Mulato" de Aluísio Azevedo (Naturalista) e "Memórias póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis (Realista), e o ano final seria 1893 com a publicação de Missal e Broquéis de Cruz e Sousa.

A arte realista-naturalista ocorreu em um período de consolidação do poder político da burguesia que tinha seu gosto estético orientado para uma arte racional, isto é, desprezavam o excesso de sentimentalismo romântico. O Realismo-Naturalismo ultrapassou, entretanto, os limites da burguesia e se tornou uma arte inovadora e voltada para os interesses populares.

Realismo: os escritores voltavam-se para a observação do mundo objetivo. Procuravam fazer arte com os problemas concretos de seu tempo, sem preconceitos ou convenções. Focalizavam o cotidiano. O adultério, o clero e a sociedade burguesa em crise tornaram-se temas para as obras desse período.

Naturalismo: radicalizou o determinismo (o homem como produto de leis físicas e sociais) do movimento realista. Essa nova tendência apareceu em uma situação de grande pessimismo. Os escritores naturalistas introduziram o chamado "romance experimental" contra o esteticismo em que se enveredava a arte. O movimento não se restringiu à ciência positivista. Registrou, como os realistas, não o passado, mas o presente com temas inovadores e linguagem atual. Denunciou a hipocrisia e caracterizou as lutas sociais, temáticas novas, que anteciparam a literatura de ênfase social do século XX.

Os principais autores foram Machado de Assis (importante ressaltar que não podemos incluir Machado de Assis totalmente nesse estilo de época, pois suas obras são mais complexas e tem características peculiares), Aluísio Azevedo e Raul Pompéia.

CARACTERÍSTICAS

a) APEGO À OBJETIVIDADE – Não há mais espaço para uma literatura com textos prolixos, com descrições exaltadas de paisagens e de personagens.

b) CRENÇA NA RAZÃO – A emoção cede lugar à razão, sugerindo frieza (às vezes crueza) nas relações amorosas.

c) MATERIALISMO – A literatura passa a exibir uma visão materialista da vida, do homem e da sociedade, negando a relação com Deus.

d) CIENTIFICISMO – A defesa de que a vida e as ações dos homens são determinadas pela ciência é postura radical do Naturalismo.

e) DETERMINISMO – O Naturalismo constrói personagens cuja conduta obedece a três variáveis: a hereditariedade (que explica as tendências, os caracteres e as patologias), o meio (capaz de determinar o comportamento) e o momento histórico (responsável pelas ideologias).

f) PROBLEMAS PATOLÓGICOS – A literatura passa a retratar temas que chocam a sociedade: homossexualismo, lesbianismo, incesto, taras sexuais, loucura, adultério, racismo, prostituição.

• Quadro comparativo:

O Realismo-Naturalismo têm muitos pontos em comum, por isso eles sempre aparecem juntos em muitas definições, como do cientificismo e do materialismo, da objetividade e da crítica. Já no Brasil o que essas correntes têm em comum são os seus autores e que elas se desenvolvem simultaneamente.

REALISMO

1. Origem: França.

2. Romance documental

3. Acumula objetos ou fotografias da realidade para que haja uma impressão de vida real.

4. Desinteresse pela arte.

5. A busca da beleza.

6. Faz analises tanto psicológica como física.

7. Tenta entender o ser através da psicologia.

8. Usa a crítica das classes dominantes como conteúdo para suas obras.

9. Faz com que o próprio leitor tire suas conclusões, ou seja, é indireto.

10. Bastante preocupação com o estilo.

NATURALISMO

1. Origem: França.

2. É um romance experimental, que é apoiado na experimentação científica.

3. Usa somente a imaginação para tirar suas conclusões, e que não são tiradas apenas pela observação.

4. Sua preocupação é com a denúncia, preocupando-se política e socialmente.

5. Seu objetivo é deter-se aos aspectos mais degradantes.

6. Sua análise é feita exteriormente, através de gestos, atos e ambientes.

7. Concentra-se mais no social e na patologia.

8. Retrata as classes inferiores, proletariado, os marginais e etc.

9. Sua apresentação é direta, sem dar oportunidade ao leitor de tirar suas próprias conclusões.

10. Existe bastante preocupação com a denúncia, e o estilo fica em segundo plano.


Disponível em:
http://www.sitedeliteratura.com/Litbras/Realismo.htm
http://www.colegioweb.com.br/literatura/caracteristica-do-realismo-naturalismo.html

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Regência Nominal

Regência Nominal é a relação de dependência entre um nome - substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. Há nomes que admitem apenas uma preposição na regência. Outros ,mais de uma.
Confira, a seguir, alguns deles.

- acessível a
- acostumado a, com
- adaptado a
- afável com, para com
-aflito com, por
- agradável a, de
- alheio a, de
 - alusão a
- ambicioso de - apto a, para
- amor a, por
- análogo a
- ânsia de, por
- antipatia a, por
- apto a, para
- atenção a, com, para com
- atento a, com
aversão a, por
- bacharel em
- benéfico a, para
- capacidade de, para - natural de
- certeza de, em
- constituído de por
- contemporâneo a, de
- contíguo a - paralelo a
- curioso a, de
- devoto, de
- dúvida em, sobre
- empecilho a, para
- favorável a
- generoso com
- gosto de, em
- grato a,
- guerra a, com, contra, entre
- horror a, de
- igual a, para
- imbuído de , em
- impróprio para
- incompatível com
- inepto para
- misericordioso com, para com
- oportunidade de, para
- passível de
- preferível a
- propenso a
- próximo a, de
- respeito a, entre, para com
- rigoroso com, em
- saudade de, por
- segurança de, em
- sito em
- situado em
- temor a, de
- vizinho a, vizinho de

Exemplos:
Este cargo não é acessível a todos.
Está alheio a tudo.
Está apto ao trabalho.
Contemporâneo da Revolução Francesa.
É coisa curiosa de ver.
Continuarei grato a todos.
Homem apto para a matemática.
Era propenso ao magistério.


Por Helena Caldas

Especialista em Língua Portuguesa e Literatura

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas...


Mário Quintana

Sintaxe de regência

 Oi, turminha!

Cumprida a missão:exercícios trabalhados em sala. Portanto, gabaritos para conferência daqueles que perderam a aula.
Beijo!

EXERCÍCIOS

1. Assinale a alternativa em que a regência verbal está em desacordo com a norma culta:

a) A iniciativa da acusação desagradou ao cliente.

b) Os familiares da vítima aspiram a um resultado justo.

c) Uma equipe de advogados assiste ao acusado.

d) O advogado inescrupuloso visa somente seus próprios interesses.

e) O povo assistiu perplexo ao julgamento.

Resposta D - Visar = pretender - TI

2. As frases que seguem são comuns na língua popular. Transcreva-as, adaptando-as à norma culta.

a) Todo político visa apenas os seus interesses.
aos
b) Ninguém conseguiu assistir o jogo, sentado.
ao
c) O jornal vinha informando seus leitores que as condições das estradas eram precárias.
a
d) Ninguém lhe avisou de nada.
o
e) Discurso de político não agrada ninguém.
a
f) À noite, em São Paulo, ninguém obedece farol vermelho.
ao

3. Assinale a alternativa gramaticalmente correta:

a) Não tenham dúvidas que ele vencerá.

b) O escravo ama e obedece o seu senhor.

c) Prefiro estudar do que trabalhar.

d) O livro que te referes é célebre.

e) Se lhe disserem que não o respeito, enganam-no.

Resposta E - Quem engana, engana alguém . TD

4. A regência verbal está correta em:

a) Jerônimo não perdoará o pai.

b) Aquele cargo que você visava não existe mais.

c) Ninguém lhe avisou da tragédia.

d) Discurso de político não agrada ninguém.

e) Esqueci-me do nome do livro.
Resposta E - Esquecer pronominal exige preposição

5. Assinale o erro de regência verbal.

a) Ele assistia com carinho os enfermos daquele hospital.

b) Não quero assistir esse espetáculo.

c) Carlos sempre assistiu em Belo Horizonte.

d) Não deixe de assistir àquele jogo.
Resposta B - Assistir = ver é TI

6) Há erro de regência verbal na opção seguinte:

a) Aspirou profundamente o forte odor do café.

b) Ela não pode visar o passaporte.

c) Todos visam uma vida de paz.

d) Ali as pessoas aspiravam à fama.
Resposta c  - Visar = pretender é TI

7) Aponte a frase que apresenta incorreção de regência verbal.

a) Mário pagou o carro.

b) A moça perdoou a indiscrição do colega.

c) Antônio deixou de pagar o ajudante ontem.

d) Perdoemos aos que nos ofendem.
Resposta C - Quem paga, paga algo a alguém TI

8) Marque o erro de regência verbal.

a) Prefiro estudar que trabalhar.

b) À cerveja prefiro o leite.

c) Prefiro leite a cervejas.

d) Prefiro este nome àquele que ele propôs.
Resposta A - Quem prefere, prefere uma coisa a outra.

9) Está perfeita a regência verbal na alternativa:

a) O professor procedeu a chamada.

b) Sua permanência implicará grande prejuízo a todos.

c) Devemos obedecer o regulamento.

d) Irei na sua casa logo mais.
Resposta B Implicar = a consequência . Nesse caso é TD.

10) Assinale a frase que não pode ser completada com o que vai nos parênteses.

a) Pagarei......alguns empregados hoje à noite. (a)

b) Naquela época, meu sobrinho assistia......Belo Horizonte. (em)

c) Não implique......o colega. (com)

d) Quando morava no campo, aspirava.......ar puro e sentia-se bem. (ao)
Resposta D. Aspirar = a sorver é TD


11) Está perfeita a regência verbal somente na seguinte alternativa:

a) A festa que ele compareceu foi ótima.

b) O livro que ele gosta muito desapareceu.

c) A empresa por que ele tanto se esforçou acabou falindo.

d) O cargo que tu aspiravas já foi preenchido.
Resposta C. Quem se esforça, esforça-se por algo

12) Nas frases seguintes, todas com o pronome CUJO, há uma com erro de regência verbal. Assinale-a.

a) Esta é a criança cujo pai deseja falar-nos.

b) Paulo, por cujas atitudes não me responsabilizo, deixou a firma.

c) Luís, contra cujas as idéias sempre lutei, hoje é meu amigo.

d) Está lá fora o homem cujas ideias jamais acreditei.
Resposta D. Quem acredita, acredita em alguém. Faltou a preposição.

13) Está correta a regência da frase:

a) O filme que assistimos é excelente.

b) O emprego que aspirávamos era apenas um sonho.

c) O documento que visei era falso.
Resposta C. Visar = dar visto é TD.

14) Marque a alternativa em que ocorre erro na substituição por pronome átono.

a) Obedeci ao professor. / Obedeci-lhe.

b) Encontrei os animais na rua. / Encontrei-os na rua.

c) Toquei o seu braço. / Toquei-lhe o braço.

d) Visitou a amiga no hospital. / Visitou-lhe no hospital.
Resposta D. Quem visita, visita alguém TD.

Regência verbal

A regência verbal estuda a relação de dependência que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Na realidade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo e qual a preposição relacionada com ele.

Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:

- Transitivo direto -
- Transitivo indireto -
- Transitivo direto e indireto
- Intransitivo

Devido a variação de sentido, existem muitos verbos cuja regência correta é difícil de identificar, apresentamos, a seguir, alguns verbos que normalmente constituem casos problemáticos de regência.

ASPIRAR

O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.

- Ela aspirou o aroma das flores.

- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.


Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a preposição “a”.

- O candidato aspirava a uma posição de destaque.

- Ela sempre aspirou a esse emprego.

Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.

- Aspiras a este cargo?

- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).

ASSISTIR

O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.

Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a preposição “a”.

- Assisti a um filme. (ver)

- Ele assistiu ao jogo.

- Este direito assiste aos alunos. (caber)

Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.

- O médico assiste o ferido. (cuida)

Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.

- Assistir ao paciente.

Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.

- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)

- Eu assisto no Rio de Janeiro.

“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.

CHAMAR

O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.

- O professor chamou o aluno.

É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”.

- Ela chamava por Jesus.

Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

Admite as seguintes construções:

- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)

- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)

- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)

- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)

VISAR

Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).

Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.

- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)

- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)

Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.

- Muitos visavam ao cargo.

- Ele visa ao poder.

Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não se diz: viso-lhe.

Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.

- Ele visava atingir o posto de comando.

ESQUECER – LEMBRAR

- Lembrar algo – esquecer algo

- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.

- Ele esqueceu o livro.

No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos.

- Ele se esqueceu do caderno.

- Eu me esqueci da chave.

- Eles se esqueceram da prova.

- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea , porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.

- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)

- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

PREFERIR

É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição) e um objeto indireto (complemento com preposição)

- Prefiro cinema a teatro.

- Prefiro passear a ver TV.

Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.

SIMPATIZAR

Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.

- Não simpatizei com os jurados.

QUERER

Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto ( no sentido de “ter afeto”, “estimar”).

- A criança quer sorvete.

- Quero a meus pais.

NAMORAR

É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.

- Maria namora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER

É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).

- Devemos obedecer aos pais.

Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.

- A fila não foi obedecida.

VER

É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.

- Ele viu o filme.

Fonte : http://www.brasilescola.com/gramatica/regencia-verbal.htm


“Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre (Sl 125.1)”.